Prestação do crédito da casa renova quedas em todos os prazos

Os créditos revistos em dezembro beneficiam de descidas de encargos mensais entre 1,6% e 3,3%.

O nível historicamente baixo dos juros de referência da zona euro, continua a ter um impacto positivo no bolso dos portugueses com crédito à habitação. Quem revir a taxa de juro do empréstimo da casa em dezembro vai beneficiar de cortes entre 1,6% e 3,3% nas prestações, que baixam assim para novos mínimos históricos. Os mais favorecidos serão os portugueses cujos créditos estão associados à Euribor a seis meses.

Nos empréstimos que têm como referência esse indexante, o valor da prestação desce 3,3%, o que equivale ao maior corte dos últimos dois anos. Para estas famílias, o encargo mensal cai 11,22 euros para 330,07 euros. Isto tendo como base o cenário de um crédito de 100 mil euros com um prazo de 30 anos e um ‘spread’ de 1%. Também nos contratos associados à Euribor a três meses, alvo de revisão em dezembro, a fatura com a prestação da casa fica mais barata. Assumindo o mesmo cenário, a prestação reduz-se em 5,16 euros para 325,37 euros, correspondente a uma descida de 1,6%. Já os empréstimos indexados à Euribor a 12 meses sentem um corte de 2,4%, com a prestação mensal a reduzir-se em oito euros, para 337,26 euros. Para os empréstimos associados a este indexante – que representam uma parcela mínima do bolo total do crédito à habitação existente em Portugal – trata-se também da maior queda dos últimos dois anos.

Os mínimos recorde dos juros do crédito à habitação acompanham a evolução da taxa de juro de referência da zona euro que se encontra no valor mais baixo de sempre: 0,05%. Tendo em conta que a trajetória económica desfavorável que levou o Banco Central Europeu (BCE) a avançar com cortes severos nos juros de referência ainda ensombra a zona euro, não é de antever que a entidade liderada por Mario Draghi reverta o sentido dos juros nos próximos tempos. Um cenário que a comprovar-se oferece uma maior folga no orçamento das famílias durante mais algum tempo. A evolução dos Forward Rate Agreement (FRA) leva a antever essa evolução. Esses contratos que servem de referência para a evolução da Euribor a três meses – indicam que o indexante se deve manter em torno dos níveis actuais (0,08%) ao longo do próximo ano. Só no final de 2015 é de prever um incremento dos juros usados como referência na maioria dos créditos à habitação em Portugal. Mas mesmo assim tratar-se-ão de subidas muito graduais.


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