Poder de compra cai 103,4 euros

Ganho dos trabalhadores do privado caiu 5,7% desde 2011, mas, considerando a inflação, a percentagem chega aos 11,6%.

A remuneração média mensal dos trabalhadores do setor privado caiu 51 euros (5,7%) entre 2011 e 2014, ou seja, desde a vigência do atual Governo de coligação, segundo o inquérito aos ganhos e duração de trabalho do Ministério de Economia.

Segundo os mesmos dados, analisados pelo economista da CGTP Eugénio Rosa, se se levar em conta o efeito da subida de preços desde 2011, conclui-se que se registou uma perda de poder de compra de 11,6%, o que significa menos 103,4 euros.

No ano de 2011, o ganho médio mensal ilíquido no setor privado era de 1143 euros, mas, descontando o IRS e a contribuição para a Segurança Social, ficava em 892 euros (ganho líquido nominal). Em 2014, esse ganho líquido nominal (após impostos) foi de 841 euros, menos 51 euros (menos 5,7%). Segundo Eugénio Rosa, a perda de poder de compra dos trabalhadores da Função Pública, no referido período de tempo, foi de 22,1%, ou seja, o dobro da verificada no privado.

Note-se que a Função Pública foi sujeita, desde 2010, a cortes conjugados das remunerações nominais, do aumento de impostos e dos descontos para a ADSE. De acordo com os dados do Eurostat de 2012, os custos do trabalho em Portugal eram 53,1% da média dos países da União Europeia e o salário médio correspondia apenas a 46,5% do salário médio da União Europeia.


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