Cerca de 37.700 bebés nasceram em Portugal no primeiro semestre, uma redução de mais de 4.400 relativamente ao período homólogo e que representa o valor mais baixo nos últimos 30 anos, segundo dados do Instituto Nacional Ricardo Jorge.
Os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), conhecido como “teste do pezinho”, revelam que nos primeiros seis meses do ano foram estudados 37.675 recém-nascidos, menos 4.474 do que em igual período de 2021.
Segundo a rádio TSF, estes valores representam um mínimo histórico, pois trata-se do valor mais baixo desde 1989.
Segundo a TSF, nas últimas três décadas, só por duas vezes, nasceram menos de 40 mil bebés entre janeiro e junho. Aconteceu em 2013 e 2014, com cerca de 39 mil recém-nascidos.
Os dados do PNRN mostram também que o maior número de bebés rastreados se observou nos distritos de Lisboa e do Porto, com 11.208 e 7.008 testes efetuados, respetivamente, seguidos de Braga (2.765).
Bragança (253), Portalegre (269) e Guarda (282) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados.
O PNRN realiza, desde 1979, testes de rastreio de algumas doenças graves em todos os recém-nascidos. O painel das doenças rastreadas é constituído por 26 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose quística e 24 doenças hereditárias do metabolismo.
O exame, efetuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, permite “diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida e que, mais tarde, podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma”, explica o INSA.
O “teste do pezinho” deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia do bebé e consiste na recolha de gotículas de sangue através de uma picada no pé do bebé.
Apesar de não ser obrigatório, o Programa Nacional de Rastreio Neonatal tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%.