Guarda é o distrito com menos imigrantes em Portugal

Na origem da perda de população estrangeira na região, que atingiu os valores mais baixos dos últimos anos, pode estar a falta de emprego. Afinal, não são só os guardenses que escolhem outras “paragens”. Segundo dados publicados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o distrito tinha, em 2012, 1.814 residentes estrangeiros, menos cinco do […]

Na origem da perda de população estrangeira na região, que atingiu os valores mais baixos dos últimos anos, pode estar a falta de emprego. Afinal, não são só os guardenses que escolhem outras “paragens”. Segundo dados publicados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o distrito tinha, em 2012, 1.814 residentes estrangeiros, menos cinco do que no ano anterior. A quebra é residual mas vem confirmar um hábito que se mantém desde 2010: o distrito da Guarda é o que tem menos população estrangeira e é, atualmente, o único abaixo dos 2.000 imigrantes.
Os valores apresentados pelo SEF indicam que este é o pior resultado desde 2006, ano a que recuam os dados disponibilizados pela entidade, mas a tendência não é de agora. Há três anos que a Guarda surge em último lugar, tendo sido ultrapassada por Vila Real (2008) e Bragança (2010) e há cinco que, entre avanços e – principalmente – recuos, o distrito guardense não sai da casa dos 1.800 residentes estrangeiros. Em 2008, o distrito perdeu 561 estrangeiros, o que representa uma descida da ordem dos 24 por cento em relação ao ano anterior, em que os residentes tinham até ascendido aos 2.380. Desde então, e após uma ligeira subida em 2009, a Guarda tem vindo a perder população imigrante de forma contínua.
Já no que diz respeito aos dados por concelho, a Guarda destaca-se na frente do distrito com 632 estrangeiros, seguindo-se Seia com 291 e Vila Nova de Foz Côa com 143. Pelo contrário, o concelho de Fornos de Algodres fica em último com 19 imigrantes. Em termos de nacionalidade, o pódio do distrito da Guarda é composto pelos ucranianos (330), brasileiros (254) e búlgaros (238); um pouco distante da realidade do concelho guardense, onde o terceiro lugar é ocupado pelos indianos (53), depois dos “suspeitos do costume”. Isto porque a generalidade da população estrangeira do concelho é originária da Ucrânia (161) e do Brasil (74). Quanto à Cova da Beira, a Covilhã é o concelho com mais estrangeiros (736), a que se segue o Fundão com 393 e, por fim, Belmonte com 46. O concelho covilhanense apresenta uma distribuição distinta da Guarda, com os brasileiros a evidenciarem-se com 249 imigrantes, os romenos com 121 e Cabo Verde com 66. Pires Manso, professor catedrático na Universidade da Beira Interior (UBI) e coordenador do “Diagnóstico da População Imigrante – Desafios e Potencialidades para o Desenvolvimento Local”, já tinha referido esta dificuldade a O INTERIOR, em dezembro (ver edição de 20/12/2012). «O problema de absorção no interior acontece pela falta de emprego, que piora com as empresas a fechar. Os naturais até ficam, mas o estrangeiro, se não tem trabalho, muda para onde o há», afirmou na altura.


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