O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) está a preparar um plano de formação para a inclusão destinado a 13 mil desempregados com baixos níveis de qualificação. A iniciativa, anunciada nesta quarta-feira pelo ministro do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, deverá arrancar durante o primeiro semestre do ano.
“Serão 625 acções de formação, envolvendo cerca de 13.000 pessoas adultas desempregadas, com baixos níveis de escolaridade e qualificação”, referiu o governante, na Assembleia da República, em Lisboa.
O objetivo do plano, acrescentou o ministro, é proporcionar qualificações escolares e profissionais aos desempregados beneficiários de rendimento social de inserção (RSI).
Entre as medidas previstas estão 550 ações para 11 mil adultos desempregados, “promovendo-se, deste modo, o aumento dos seus níveis de qualificação e consequentemente, a melhoria dos seus índices de empregabilidade e de reconhecimento da sua capacidade profissional no mercado de trabalho”.
O plano inclui ainda uma formação em competências básicas, que tem como meta abranger 1200 pessoas, para que os desempregados possam entrar em processo de dupla certificação (escolar e profissional), e pretende colocar 800 pessoas, oriundas da população imigrante, no programa “português para todos”.
Criticando o trabalho feito pelo PS quando foi Governo, Mota Soares disse que “aos beneficiários do rendimento social de inserção [RSI] pouco foi oferecido além da própria prestação. Oportunidades de reingresso no mercado de trabalho: quase nenhumas”. E deu como exemplo os “cerca de 60 mil beneficiários de RSI, com idade e capacidade para trabalhar, nem sequer estavam inscritos no IEFP, não fossem pesar nos dados do desemprego”.
Já na ronda de perguntas, o PS confrontou o ministro com várias questões. A deputada Idália Serrão quis saber quantos beneficiários de RSI perderam a prestação por terem mais de 100 mil euros na sua conta bancária e como vai o Governo aplicar o tecto nas prestações sociais. Mota Soares não respondeu.
Jorge Machado, deputado do PCP, confrontou o ministro com o aumento do desemprego, acusando o Governo de “fazer propaganda”, quando diz que o mercado de trabalho está a melhorar.
“Nem com todas as artimanhas” o Governo não consegue parar de subir o desemprego, disse o deputado. “Desde setembro o desmeprego não tme parado de aumentar”, destacou.
No último boletim do emprego, o Instituto Nacional de Estatística (INE) dá conta de uma taxa de desemprego de 14,1% em fevereiro, mais 0,3 pontos percentuais do que em janeiro. Também a população empregada caiu para 4.399 mil pessoas, menos 11,1 mil face ao primeiro mês de 2015.