Covid-19: Pico da curva epidémica pode ser um pouco depois de 14 de abril

O Presidente da República afirmou hoje que se verifica “uma curva mais moderada” de propagação da covid-19 em Portugal e que o pico “pode ser um pouco depois de dia 14 de abril”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas após ter participado numa sessão técnica sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, a convite do primeiro-ministro, António Costa, no auditório do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa.

Questionado se os especialistas mantêm a previsão de 14 de abril como data para o pico da curva epidemiológica em Portugal, o chefe de Estado ressalvou que “não é possível fazer previsões certas” e comparou a pandemia de covid-19 a “uma mola” que se está a tentar conter com “uma pressão muito firme”.

“Tem havido, com este pressionar a mola, uma preocupação que é visível nos números: o crescimento ser menos exponencial, menos acentuado do que se esperava. Isto significa naturalmente que a pressão sobre o sistema de saúde é menor, o número de contaminados não tem crescido ao nível que se esperava e o pico pode deslocar-se”, expôs.

“É uma curva mais moderada, e o tal pico, o tal momento de estabilização, que dura um certo tempo, pode ser um pouco depois de dia 14 de abril”, acrescentou.

Segundo o Presidente da República, “os portugueses estão a fazer com que a curva não seja a curva de outros países, comparando o número não só de contaminados, mas de internados, e internados em cuidados intensivos, e também de mortos”.

Interrogado se nesta sessão se falou num aumento do número de testes de diagnóstico, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “tudo foi abordado” e que “foram explicadas as desvantagens de testes universais, a falsa sensação de certeza que podem gerar”.

O chefe de Estado adiantou que a convicção dos especialistas é de que não haverá uma vacina “até ao fim do ano, e poderá ser até tarde no decurso do próximo ano, o que quer dizer que o inverno vai ser vivido sem vacina”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.

Em Portugal, há 29 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).


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