Combustíveis aumentam e tendem a subir mais nos próximos meses

Os combustíveis rodoviários voltam a ficar mais caros, depois de uma primeira subida na semana passada, e até tendem a aumentar mais nos próximos meses. Isto após quase um ano sem grandes oscilações de preços.

Segundo as estimativas dos especialistas contatados pelo DN/Dinheiro Vivo, hoje o preço da gasolina sobe dois cêntimos e o do gasóleo outros dois cêntimos, o que atira o litro para uma média de 1,60 e 1,33 euros respetivamente.

Em causa, observa o diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (Apetro), António Comprido, está o aumento da cotação do petróleo, que passou de 110 para 115 dólares/barril nas últimas semanas por causa da tensão no Iraque. “Quando há uma tensão geopolítica não há racionalidade nos aumentos”, afirma, por sua vez, António Costa e Silva. De acordo com o diretor-geral da petrolífera da Gulbenkian, a Partex, especialista em petróleo, a verdade é que, se não fosse por causa do Iraque, não havia “razão nenhuma do ponto de vista da oferta e da procura para os preços subirem”.

Isto porque, explicam os dois especialistas, no último ano e meio o consumo caiu bastante devido à crise económica em vários países da Europa e também porque os EUA reduziram fortemente as importações devido às descobertas massivas de petróleo de xisto, o que lhes cobre parte das necessidades.

Foi, aliás, devido a esta conjugação de fatores que se verificaram menos oscilações nos preços e nas cotações internacionais. E ainda porque o preço por litro esteve mais baixo no ano passado e nos primeiros cinco meses deste ano. Principalmente quando comparados com os máximos históricos de 2012, em que os preços da gasolina chegaram a 1,77 por litro e o gasóleo a 1,55 euros por litro. Segundo dados da Direção Geral de Energia (DGEG), o litro da gasolina tem estado, desde o início de 2013, a uma média de 1,58 euros e o de gasóleo nos 1,34 euros.

A verdade é que as subidas da semana passada e de amanhã não eram de todo expectáveis. “Em 2014 prevê-se uma manutenção ou mesmo ligeira descida das cotações do petróleo”, lê-se no relatório de fevereiro da Apetro. Mas já aqui se fazia uma ressalva: “Desde que não aconteçam situações de instabilidade nos principais países produtores”.


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