Pedro Machado, presidente da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, garante à Ambitur.pt que “são desafios positivos aqueles que aí vêm” já que o mais difícil é quando a atividade está suspensa pois as empresas não podem cumprir com as suas obrigações sem terem receitas. O responsável garante que “a região está mais do que preparada para receber de braços abertos os visitantes, com a qualidade de sempre e com medidas de segurança extra”.
O responsável assegura ainda que as empresas turísticas anseiam por poderem voltar a desenvolver as suas atividades sem restrições e explica que a maioria esteve envolvida em processos de formação em áreas como a segurança sanitária, transição digital e sustentabilidade. Pelo que, antecipa, “as empresas turísticas estarão mais preparadas do que nunca para receber turistas nacionais e estrangeiros em segurança”.
Assentando o planeamento no Plano Regional de Desenvolvimento Turístico e, claro, da evolução da pandemia e das orientações da DGS, o Centro de Portugal está a estruturar produtos turísticos que possam estar alinhados com essas tendências e que assegurem o alinhamento do destino com a procura que se prevê. “A segurança é uma das principais preocupações do consumidor, pelo que esse será o nosso principal foco”, frisa o responsável. E adianta que, na linha da frente da promoção da região, estarão produtos turísticos consolidados como é o caso das Aldeias do Xisto, as Aldeias Históricas de Portugal, as Aldeias de Montanha, os percursos de Walking & Cycling, entre outros. Mas admite que “novos produtos, que possam ajudar a diferenciar o destino, como é o caso do nomadismo digital, ecoturismo, turismo industrial ou militar, serão também uma opção relevante à luz do atual contexto”.
Pedro Machado acrescenta ainda que continuará a haver uma aposta na promoção no digital e na produção de audiovisuais de qualidade e distintivos, já que “este é um meio privilegiado para chegar ao consumidor final”. E revela que “temos já pensada uma campanha dirigida ao mercado interno, impactante e disruptiva”, que será a base conceptual de toda a promoção para 2021 para garantir uma comunicação integrada e coerente do destino.
Quanto a uma estratégia nacional para a retoma do turismo, o presidente da Turismo Centro de Portugal acredita que “não existe” e “já deveria estar a ser ponderada” através de reuniões e encontros multilaterais entre os principais protagonistas e decisores. O responsável afirma que “seria importante sentar à mesma mesa, para acertar agulhas, mesmo que de forma virtual, o Ministério da Economia, a Secretaria de Estado do Turismo, as Entidades Regionais de Turismo, as Agências de Promoção Turística e as Comunidades Intermunicipais, por um lado, e os principais representantes do setor”, acreditando que “ainda vamos a tempo de o fazer”.
No atual contexto, Pedro Machado reconhece que é difícil fazer previsões no que diz respeito à evolução da atividade turística. Mas admite poder haver uma evolução positiva nos próximos meses, eventualmente semelhante à que ocorreu em 2020 quando, em agosto, se verificou um aumento das dormidas de turistas nacionais na região Centro de Portugal em comparação com o mesmo mês do ano anterior; uma situação que se verificou, aliás, também no Alentejo e no Algarve. Já para os mercados externos a incerteza é maior mas “com os processos de vacinação em desenvolvimento e a previsão de implementação de um sistema de circulação de turistas em segurança, tendencialmente poderá prever-se que a tendência seja de evolução positiva, pelo menos em comparação com o ano de 2020”, prevê.