Centro Bioclimático na Serra da Estrela

A Turistrela, empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela, quer abrir um centro bioclimático nas Penhas da Saúde. Tirar partido dos benefícios para a saúde em altitude é o objetivo do projeto que pretende fazer jus à história e ao nome do local onde vai ficar instalado.

A ideia inicial era transformar o Hotel da Serra num hotel bioclimático mas os custos da adaptação são “demasiado elevados”, levando a empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela a optar por uma outra solução “é uma solução junto o hotel Serra da Estrela, que reúne condições muito favoráveis para aqui podermos desenvolver uma área de alojamento com uma área medicial, no caso uma clínica, para que possamos atrair para a região um turismo de saúde em altitude, que é único no país e nos diferencia do turismo de saúde que se fala por aí”, adianta Artur Costa Pais. Segundo o administrador da Turistrela, o arranque do projeto está dependente da aquisição do espaço “temos o programa do projeto definido, com as valências, a parte científica, desportiva, vai ter ginásio e piscinas, e o alojamento, agora estamos dependentes de questões burocráticas na aquisição dos terrenos junto ao hotel para avançarmos”. A organização do primeiro congresso de turismo de saúde em altitude foi um passo nesse sentido. Pedro da Mata, membro do Centro Europeu médico bioclimático de investigação e ensino universitário, foi um dos oradores convidado e colocou o dedo na ferida: nesta área, na Serra da Estrela, está tudo por fazer “não há nada, tudo o que se fizer já é bom, pode começar por uma escola para crianças asmáticas, com um centro terapêutico para reabilitação respiratória, estágios em altitude durante o Verão. Nestes 13 anos que eu tenho de Serra aquilo que eu vejo é que toda a gente quer fazer, a serra continua à espera e ninguém avança ou lidera essa ideia”. Até porque, segundo o imunoalergologista, a altitude traz muitos benefícios para a saúde “na altitude há várias alterações ao nível da qualidade do ar, a baixa dos poluentes e dos alérgenos, fazem com que os doentes respiratórios consigam ter um efeito terapêutico dessa qualidade do ar melhorando a sua sintomatologia”. Questionado se recomendaria, como médico, uma estadia em altitude a um doente, Pedro da Mata explica o tipo de doentes que deve optar por esta solução “há doentes que não precisam de um peso terapêutico elevado e os medicamentos que existem hoje são muito eficazes e não tem efeitos secundários, agora há doentes que mesmo com uma grande quantidade de medicação não andam bem, e crianças que têm um absentismo escolar enorme que vão regularmente às urgência, esses sim eu indicaria para irem em altitude, que aliás é o que se passa em França”.


Conteúdo Recomendado