Câmara da Guarda ambiciona vencer candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027

O presidente da Câmara da Guarda disse na passada sexta-feira que a autarquia ambiciona ganhar a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027 e, se tal acontecer, apresentará um “grande programa que fará jus” ao nome da cidade.

“Estamos serenos, mas confiantes, porque queremos ganhar, de facto, este desafio, esta candidatura. Passar, ato contínuo, à ‘shortlist’ e depois ambicionar, verdadeiramente, podermos ser a Capital Europeia da Cultura em 2027”, disse na passsada sexta-feira Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda).

O autarca falava aos jornalistas no final da sessão de apresentação do dossier da candidatura “Guarda 2027 – Capital Europeia da Cultura”, que tem como mote “RE/Generações uma Visão da Metrópole Rural”, realizada no grande auditório do Teatro Municipal da Guarda.

“É essa a nossa ambição. E, se isso vier a acontecer – estamos expectantes, estamos convictos de que isso possa acontecer -, nós apresentaremos, efetivamente, um grande programa que fará jus ao nome da Guarda, da nossa cidade, com uma grande capacidade de organizar eventos ao nível cultural”, garantiu.

Sérgio Costa referiu, ainda, que a autarquia que lidera encara a candidatura – que na próxima semana será apresentada e discutida perante o júri – como “um verdadeiro desafio”.

Sem apontar valores, lembrou que o investimento feito com a candidatura “é muito avultado”, não teve “qualquer comparticipação” e a verba foi “proveniente da tesouraria direta dos cofres do município”.

Na mesma cerimónia, a antiga ministra Teresa Gouveia, que preside à Comissão de Honra, referiu que a candidatura da Guarda “é o instrumento estratégico para o futuro, para antes e depois de 2027”.

Acrescentou que permitirá que o território “seja mais qualificado” e que a população que o habita “virá a ser mais equipada no futuro para enfrentar o seu tempo” e “para ser competitiva no plano Europeu”.

Teresa Gouveia também felicitou a autarquia da Guarda pela ambição de longo prazo pela candidatura e disse que verifica, “com muito gosto”, o resultado do trabalho realizado desde o seu anúncio.

Em novembro de 2021 a Câmara Municipal da Guarda enviou via postal o processo da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027, para análise do júri internacional.

A candidatura tem como diretor executivo o arquiteto Pedro Gadanho, ex-diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, e ex-curador do departamento de arquitetura e ‘design’ do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque.

Pedro Gadanho, que apresentou os vários pontos da proposta, disse acreditar que a mesma seja vencedora e vaticina que a Capital Europeia da Cultura 2027 “vai acontecer na Beira Interior” e “vai mudar” a região.

Lembrou que a candidatura integra o município da Guarda mais 18 (sendo dois de Espanha) e, se for vencedora, “é algo que pode ser transformador” para o território.

O diretor executivo também explicou que o tema da candidatura – “RE/Generações uma Visão da Metrópole Rural” – se justifica pela ideia de “uma metrópole rural ligada à Natureza”.

Como exemplo, referiu que a área abrangida, com cerca de 220/250 mil habitantes, não possui um aeroporto, mas os futuros visitantes podem chegar a pé, de bicicleta, de balão de ar quente, de canoa, entre outras formas.

Apontou que, “por isso, foi proposto que os 19 parques ecoculturais [a criar em cada um dos municípios envolvidos] estivessem ligados por ciclovias”.

A candidatura apresenta um orçamento de 53 milhões de euros, que “não é uma despesa”, mas, na opinião de Pedro Gadanho, representa “a oportunidade de trazer para esta região 53 milhões de euros”.


Conteúdo Recomendado