Bienal de Gravura do Douro homenageia Júlio Pomar em 2016

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A Bienal Internacional de Gravura do Douro homenageia em 2016 o artista plástico Júlio Pomar, numa edição que incluirá a realização da “primeira bienal virtual”, anunciou a organização.

O diretor e curador da Bienal de Gravura, Nuno Canelas, referiu que a edição de 2016 irá homenagear Júlio Pomar, que considerou ser “um dos maiores artistas portugueses de sempre e detentor de uma enorme obra gráfica representativa”. Pintor e escultor, nascido em Lisboa, em 1926, Júlio Pomar é um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea do país. A mostra tem vindo a marcar presença no espaço virtual, nomeadamente no Second Life, o que vai ser intensificado em 2016 com a “possibilidade de lançar a primeira bienal virtual integrada na Bienal do Douro. “Esta será uma inovação para o futuro e julgo mesmo que seremos pioneiros no país”, sublinhou Nuno Canelas, em comunicado. Para a próxima edição, Silvestre Pestana, artista convidado e curador da Galeria Pública para as Artes Digitais, propõe mesmo que seja constituído um grupo de trabalho para “delinear um espaço expositivo virtual online que inclua a extensa região do Douro Vinhateiro e os seus três polos identitários: as casas vinhateiras, as diversas instituições autárquicas e o acesso ao acervo virtual das gravuras do Paleolítico, tuteladas pelo Museu do Côa”. Num balanço da edição 2014, que terminou a 31 de outubro, a organização disse que foram mais de 100 mil as pessoas que visitaram a bienal, que reuniu 1200 obras produzidas por 530 artistas de 71 países. Os 14 núcleos expositivos espalharam-se pelas localidades de Alijó, Favaios, Lamego, Peso da Régua, Sabrosa, Salzedas, Ucanha, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real. “Tratou-se da edição mais conseguida em termos da qualidade das obras em exposição, da abrangência territorial, do alcance mediático, da dimensão em número de obras, do número de artistas e dos países representados, da vinda de artistas estrangeiros para visitar as exposições e participantes no workshop de gravura, da afluência do público aos vários núcleos expositivos”, salientou o curador. No entanto, o responsável queixou-se da “falta de reconhecimento e apoio institucional e estatal em relação à valia da Bienal do Douro”, considerando que “é um facto incontornável que marca negativamente esta edição”. “Há uma diminuição sistemática nos apoios financeiros atribuídos pela tutela, quer seja justificado pela crise económica, quer pelo puro desinteresse pelo investimento na cultura”, acrescentou. A Bienal Internacional de Gravura do Douro nasceu em 2001 pelas mãos de Nuno Canelas, natural de Alijó, com a ambição de descentralizar a cultura e promover a arte da gravura. Ao longo das últimas edições, a organização tem acumulado um vasto património artístico de gravura, que poderá servir de acervo para o ambicionado Museu de Gravura Contemporânea, que chegou a ser anunciado para Alijó.


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