Os responsáveis pela dívida, o PASOK (Partido Socialista) serão por isso mesmo castigados, com 5 a 6% de votos e dificilmente farão parte da coligação governativa.
Toda a campanha foi de confronto com as políticas de austeridade e de promessas de voltarem os aumentos salariais e os direitos adquiridos… Diz-se o que o povo quer ouvir e ganhar-se-ão as eleições, mas depois, já amanhã, terá de começar-se a governar com a realidade…
E a realidade é que se a Grécia não encontrar outras soluções que não as comuns ao espaço Europeu, dificilmente honrará promessas e muito menos os compromissos e a austeridade não será imposta nem desejada mas será uma realidade. Sem capital não há investimento e o capital está desde há semanas a fugir da Grécia…
No passado, outros Estados afrontaram o FMI e os “capitais” (Zimbabwe, Argentina, Cuba, Venezuela…) e não foi boa coisa o que se passou a seguir…
Aqui está uma boa lição de política para todos acompanharmos, vamos estar atentos, e daqui a seis meses vamos avaliar… e não valerá a pena dizer que correu mal porque a Europa não foi solidária, ou porque os capitalistas foram bárbaros…
Hoje, os eleitores gregos têm o direito de escolher o futuro próximo, renunciando aos compromissos assumidos para com o exterior; amanhã, os eleitores dos países credores também terão o direito de livre e democraticamente votarem contra mais crédito e mais medidas de apoio de quem não reconhece credores nem apoiantes. Não há lutas unilaterais. Há sempre pessoas e Instituições do outro lado também!…e há igualmente direitos e valores a defender.
Que, tal como em Portugal, a Grécia nunca deveria ter chegado a este insustentável nível de endividamento, ainda por cima assente em contas “marteladas”, estamos todos de acordo; agora a partir daqui, soluções unilaterais e de confronto… Não poderão dar bom resultado e se assim for, depressa o Syriza será apeado por não ter sabido colocar o País numa trajetória de compromisso e reponsabilidade.