Em 2019, a LPCC disponibilizou cerca 1,3 milhões de euros para apoiar doentes e as suas famílias, “o que em situações normais já era aflitivo, neste momento numa percentagem muito grosseira, temos aumentos de 30% a nível nacional, em média, de pedidos de ajuda”, adiantou Vítor Rodrigues.
“Tem sido um aumento substancial, sejam naquilo que nós chamamos de ajuda de primeira linha, isto é, casos sociais detetados nos hospitais, nomeadamente nos IPO, e numa ajuda de segunda linha que são casos detetados na comunidade”, explicou o médico.
O presidente do Núcleo Regional Norte da LPCC, Vítor Veloso, também assinalou à Lusa o aumento “exponencial” dos pedidos devido à situação económico-financeira do país estar a agravar-se.
“Também a parte social dia-a-dia é cada vez mais gritante sob o ponto de vista negativo e a Liga felizmente ainda tem uma almofada financeira suficiente para ocorrer a múltiplos casos”, disse Vítor Veloso.
Relativamente ao Núcleo Regional do Norte, o oncologista disse que estão “a atender todos os casos” de doentes carenciados que os procuram.
“Os serviços estão a funcionar, nós temos dado centenas de milhares de euros a quem tenha justificação económica para os terem”, disse Vítor Veloso, adiantando que também estão a distribuir cabazes alimentares.
Vítor Veloso frisou que quem tiver dificuldades é bem acolhido na Liga: “nós despenderemos tudo o que for necessário para a pessoa ser minimamente bem alimentada”.
Ambos os responsáveis também referiram um aumento da procura das consultas de apoio psicológico: “nota-se perfeitamente que os doentes necessitam dessa ajuda, nomeadamente em termos de linha cancro e das consultas de psico-oncologia”, disse o presidente nacional da LPCC.
“Não é quantitativamente tão grande porque também estamos a notar algum desânimo, algum baixar de braços do doente, o que é terrível”, comentou Vítor Rodrigues.
Segundo o presidente da Liga, com a situação de pandemia, além da doença, “as pessoas vão-se sentido um bocadinho abandonadas e vão ficando cada vez mais em baixo e, às vezes, já desleixam um bocado essa procura, o que é assustador”.
Por outro lado, adiantou Vítor Rodrigues, alguns estão a fazer tratamento e desistem ou, pelo menos, pedem para adiar o tratamento devido ao receio de irem aos hospitais.
“As pessoas passam por um período de desespero porque não estão a conseguir muitas delas recorrer aos serviços de saúde, mas por outro lado também há um baixar de braços e isso é terrível”, lamentou Vítor Rodrigues.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.