Previsões para produção de azeitona apontam para subida de 25% em 2017

As previsões agrícolas, em 31 de janeiro, apontam para um aumento da produção da azeitona para azeite em 2017, um aumento de 25% face a 2016, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

«No olival para azeite prevê-se uma produção de azeitona 25% superior à da campanha anterior e 11% acima da média do último quinquénio», refere o INE.

No continente, a produção de azeitona para azeite foi de 476 mil toneladas em 2016, sendo que os dados previsionais para 2017 apontam para 595 mil toneladas.

«As condições meteorológicas foram benéficas na fase da floração e vingamento, originando uma carga inicial de azeitona elevada», enquanto nos olivais regados, e nas situações em que as disponibilidades de água permitiram a antecipação do início e o prolongamento do período de rega «verificou-se a maturação de grande parte dos frutos, que apresentaram no lagar um conteúdo de gordura superior ao normal».

Já nos olivais de sequeiro, que representam três quartos, cerca de 75% da área total desta cultura, «a situação de seca meteorológica não permitiu o desenvolvimento de toda a carga de azeitonas, registando-se queda precoce ou engelhamento dos frutos nos ramos», adianta. No entanto, a precipitação de outubro, apesar de pouca, «permitiu alguma recuperação da produção de azeitona e do seu rendimento de azeite».

De acordo com as previsões agrícolas do INE, «apesar da cada vez maior importância dos olivais intensivos e semi-intensivos, onde se pratica uma gestão ecofisiologicamente equilibrada, como regas, podas, adubações e tratamentos fitossanitários, continua a ser bem visível a alternância de produção, vulgarmente denominada por safra e contrassafra».

Os dados do INE apontam que janeiro se caracterizou, em termos de meteorologia, «como quente e seco» e que o valor médio da temperatura média do ar 9º Celcius foi superior à normal em 0,2º Celsius, enquanto a precipitação foi cerca de 65 por cento da normal, concentrada na primeira quinzena do mês, o que representou o «décimo mês consecutivo com valores de precipitação inferiores à normal climatológica, média entre 1971 e 2000».

Segundo o Índice PDSI (Monitorização da Seca), no final do mês passado «nenhuma região do continente estava em seca extrema, sendo que em dezembro, o interior do Baixo Alentejo e o Sotavento algarvio apresentavam zonas com esta classe de seca», mas mais de metade, cerca de 56% do território continental «ainda se encontra em seca severa, em especial a sul do Tejo e nas regiões do interior Norte e Centro».

De acordo com o INE, este cenário «permitiu a realização normal dos trabalhos agrícolas da época, como a apanha da azeitona, poda de pomares, olivais e vinhas e adubações de searas de inverno e culturas permanentes».

A pouca chuva registada ao longo de janeiro «não foi suficiente para se registarem aumentos significativos das reservas hídricas nem, em muitos casos, para garantir teores de água nos solos próximos dos valores habituais», adianta o INE, salientando que «subsistem situações de dificuldade de abeberamento dos efetivos animais e, numa altura em que se inicia o planeamento das culturas de primavera/verão, e face à evolução pouco favorável do estado do tempo, começam a ser equacionadas opções de realização de culturas alternativas, com menores necessidades hídricas».

Acrescenta que «as baixas temperaturas e a escassa precipitação conduziram a um abrandamento no desenvolvimento vegetativo dos prados, pastagens e culturas forrageiras», sendo que «a persistência da situação de seca ao longo do outono/inverno conduziu a uma disponibilização de matéria verde no pico de produção outonal das pastagens inferior ao normal, obrigando a uma antecipação do consumo de alimentos conservados e concentrados».

Além disso, tal também «atrasou a instalação das forragens», sendo que «a grande maioria das explorações agropecuárias já esgotou as reservas de palhas e fenos, prevendo-se que tenham de continuar a recorrer a alimentos adquiridos».


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