Câmara da Guarda aprovou voto de pesar pela morte de Mário Soares

A Câmara Municipal da Guarda, presidida por Álvaro Amaro, aprovou esta segunda-feira por unanimidade um voto de pesar pela morte de Mário Soares, considerando que o país perdeu “uma das personalidades mais emblemáticas da história contemporânea”.

No voto de pesar pelo falecimento de Mário Soares, que foi apresentado pelo presidente da autarquia, é referido que o antigo Presidente da República é uma personalidade “a quem Portugal deve estar verdadeiramente grato, principalmente pela luta na conquista da liberdade” do povo.

“A morte do Dr. Mário Soares reflete a perda de um homem que fará eternamente parte da História de Portugal”, lê-se no documento.

O município da Guarda refere que “foi um homem a quem o país muito fica a dever, porque muito para além das suas convicções, da sua ideologia e do seu pensamento político, o país ficará a dever-lhe seguramente um momento histórico” da vida das últimas décadas, que é a entrada na Comunidade Económica Europeia.

“Era também um homem que se assumia e, nesse sentido, assumiu para ele e para o país um combate que venceu, para bem de todos, que foi o combate pela liberdade e pela democracia em Portugal”, acrescenta.

A autarquia refere no texto do voto de pesar que a sua morte representa “uma perda histórica de um homem que enriquece a História de Portugal”.

“O Dr. Mário Soares também foi um bom amigo da Guarda, tendo-se deslocado oficialmente algumas vezes a esta cidade, onde se destaca a Presidência Aberta que dedicou ao distrito, de 25 a 31 de março de 1988, tendo a ‘Casa dos Alarcões’, solar do século XVII, sido a sua residência oficial durante a sua estadia nesta cidade”, lembra ainda o social-democrata Álvaro Amaro.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até amanhã.

O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.

O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.


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