Apesar de a hotelaria ter registado menos dormidas dos portugueses, estes não viajaram menos em 2013, revelaram os dados divulgados, ontem, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Cerca de quatro milhões de portugueses efetuaram viagens (17,9 milhões de deslocações) em que dormiram pelo menos uma noite fora da sua localidade de residência, aumentando o número de viagens dentro de Portugal (+5,2% ou 16,4 milhões de viagens) e diminuindo o número de viagens para o estrangeiro (-2,6% ou 1,5 milhões de viagens). Na verdade, os residentes diminuíram as dormidas na hotelaria nacional (-0,5%), mas aumentaram as dormidas em “alojamento fornecido gratuitamente por familiares ou amigos”, sendo que a região preferida foi o Centro (25,4%), seguida do Algarve (23,8%).
O orçamento para as deslocações também continuou a diminuir, sendo a despesa média diária por turista de 25,85euro (26,71euro em 2012) – correspondendo a 21,44euro nas viagens domésticas (21,91euro em 2012) e 46,03euro nas deslocações ao estrangeiro (49,58euro em 2012). A grande maioria das viagens para o estrangeiro por motivo de férias teve como destino a Espanha e, depois, a França.
É recíproco: os espanhóis continuam a ser o segundo mercado emissor de turistas estrangeiros para Portugal, pouco atrás dos britânicos, e com alguma vantagem sobre os alemães. De resto, em 2013, no top 10 dos emissores para Portugal, há a notar apenas a subida dos EUA, que ultrapassaram a Itália, para o sétimo mercado mais importante para a nossa hotelaria.
Os hotéis de quatro e cinco estrelas mantiveram a preferência da generalidade dos turistas recebidos em 2013, conseguindo melhorar ligeiramente índices de rentabilidade como a taxa líquida de ocupação-cama (de 39,5% em 2012 para 39,7%) ou o rendimento médio por quarto disponível, que melhorou ligeiramente em todas as regiões exceto no Centro e no Algarve (baixando de 31,9euro de 2012 para 31,8euro em 2013).
Houve um setor em que 2013 foi menos positivo: registaram-se menos 4,2% de navios entrados em portos nacionais, quando 2012 tinha apresentado um crescimento de 3,9%. A contribuir para a queda estiveram os portos da Madeira, com menos 14,7% de navios entrados, bem como os dos Açores. Apesar do aumento de navios atracados em Lisboa (+12,4%) e em Portimão (+16,7%), o saldo nacional contou com menos passageiros embarcados e desembarcados ou em trânsito.