A Rota da Romanização (matriz da Ruta de la Plata) Conserva aqui preciosas evidências arqueológicas, sobretudo na monumental Centrum Cellas (Belmonte-EN345), no cabeço do Crasto (S. Romão), na calçada romana dos Galhardos (Folgosinho) ou no anfiteatro de Bobadela (O. do Hospital). Um itinerário que vinha de Mérida por Idanha-a-Velha (Igaedis), dirigindo-se a Colmeal da Torre […]

A Rota da Romanização (matriz da Ruta de la Plata)

Conserva aqui preciosas evidências arqueológicas, sobretudo na monumental Centrum Cellas (Belmonte-EN345), no cabeço do Crasto (S. Romão), na calçada romana dos Galhardos (Folgosinho) ou no anfiteatro de Bobadela (O. do Hospital).

Um itinerário que vinha de Mérida por Idanha-a-Velha (Igaedis), dirigindo-se a Colmeal da Torre – Centum Cellas (Belmonte), rumando pela ribeira de Gaia à Guarda (EN18), Porto da Carne e Celorico da Beira (EN16); ou atravessando a Serra por Valhelas (EN232), rumo a Folgosinho ou rodeando-a talvez por Unhais (EN230) e seguindo a meia encosta pela EN231 por Alvoco, Loriga, Valezim e S. Romão em direcção à civitas de Bobadela (Oliveira do Hospital – EN17), onde se conservam o anfiteatro e importantes vestígios, na direcção do oceano Atlântico, de Coimbra (Aeminium) e de Conimbriga, com outras vias em direcção a Abrunhosa-a-Velha – Mangualde (EN329- 2), para norte e aproveitando a bacia de Seia, na direção de Gouveia e Celorico (N17), para leste.

A penetração na Serra da Estrela, a partir da Cova da Beira, fazia-se através do Vale do Zêzere. Valhelhas seria um cruzamento das vias romanas: Uma atravessava o rio e descia pela margem direita; outra rumava a norte, ao longo do vale da ribeira de Famalicão direita à Quinta da Taberna ou Videmonte, atingindo depois Folgosinho, onde ainda hoje se conservam as calçadas dos Galhardos e da Serra, contornando depois a serra de Santiago pelo Sul ou directa a Gouveia, que ficava num entroncamento de vias romanas, dando passagem à estrada para Moimenta da Serra, Paços da Serra (marco miliário), Sta. Marinha, Nogueira e S. Romão, mas conduzindo também a Abrunhosa-a-Velha, que conserva uma calçada, onde cruzaria o Mondego, Mangualde e Viseu, onde estão melhor identificadas as vias romanas. O Cabeço do Crasto de S. Romão é um povoado de origem proto-histórica romanizado, ligado à civitas de Bobadela. O percurso entre Gouveia e Celorico poderia seguir por Nabais e Vila Cortês (EN17) ou diretamente de Folgosinho, rumando a Linhares e Salgueirais (EM554), na direção de Celorico e da Guarda, troço onde ainda existem evidências bem conservadas das calçadas medievais e dos almocreves do século XIX, que seguiam de Linhares a Videmonte (EM616), para Vila Soeiro, atravessando o Mondego na ponte da Mizarela, e Pêro Soares, subindo então à Guarda pela Faia e Cruz da Faia.

Calçada Romana em Fornos de Algodres. (LAC)

Calçada Romana em Fornos de Algodres. (LAC)

Ara votiva. Posto de Turismo de Gouveia. (LAC)

Ara votiva. Posto de Turismo de Gouveia. (LAC)