A Central Eléctrica do Desterro – Peça Notável de Arqueologia Industrial A partir de 1906 foi construída na vertente NW da Serra uma escadaria de água que permitiu a instalação de uma cadeia de centrais, a primeira a da Srª do Desterro. Foi edificada no rio Alva, perto do conjunto monumental das suas capelas oitocentistas […]

A Central Eléctrica do Desterro – Peça Notável de Arqueologia Industrial

A partir de 1906 foi construída na vertente NW da Serra uma escadaria de água que permitiu a instalação de uma cadeia de centrais, a primeira a da Srª do Desterro. Foi edificada no rio Alva, perto do conjunto monumental das suas capelas oitocentistas e da Cabeça da Velha, um bloco de granito antropomórfico, e começou a funcionar em 1909 ao serviço da Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela. Encontra-se em perfeito estado de conservação, sendo hoje objeto de um programa de musealização.

A hidroeletricidade é um recurso energético renovável.

Aproveitamento Hidroeléctrico. Queda Bruta Total - 1220m. Potência inicialmente instalada nas centrais - 55905 Kva. (LAC)(AC)

Aproveitamento Hidroeléctrico. Queda Bruta Total – 1220m.
Potência inicialmente instalada nas centrais – 55905 Kva. (LAC)(AC)

A eletricidade é produzida pelos geradores movidos por turbinas que são acionadas pela água que se precipita através das condutas forçadas, aproveitando a carga que o desnível provoca. Assim que produzida, a corrente elétrica é elevada através de transformadores e transportada para a rede. A água depois de turbinada é de novo reintroduzida no sistema para um nível mais baixo onde o processo se renova: Sabugueiro I. Ribeira Da Lagoa. 1947, Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela 12,80 MW. Sabugueiro II. Ribeira do Covão do Urso, 1993, EDP, 10,00 MW. Srª do Desterro, Rio Alva,1909, Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela, 13,20 MW. Ponte Jugais. Rio Alva, 1923, Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela, 20,27 MW. Vila Cova à Coelheira, Rio Alva, 1937, Empresa Hidroelétrica da Serra da Estrela, 23,40.

Nesta Rota, de arqueologia industrial da eletricidade, incluise Stª Luzia, Ribeira de Unhais, 1943, da Companhia Elétrica das Beiras 24,40 MW, que foi, na época, a maior e mais importante central hidroelétrica e a primeira de regularização interanual. Rio de Moinhos, no rio Alva, 1931, da Hidroelétrica de Arganil 0,80 MW e Ermida, na Ribeira de S. João, 1930, Padilha & Rebelo, Lda, que deu origem à Companhia Elétrica das Beiras, 0,35 MW.

O C.I.S.E. – Centro de Interpretação da Serra da Estrela

O CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela é uma estrutura da Câmara Municipal de Seia criada com o intuito de promover o conhecimento e divulgação do património natural e cultural da Serra da Estrela, o Turismo de Natureza e a Educação Ambiental.

O Centro está situado na Quinta do Carvalhal, em pleno centro da cidade de Seia.

Foi inaugurado em outubro de 2000 e sofreu uma profunda renovação e ampliação concluídas em 2007, dotando-se de um novo complexo arquitetónico e modernos equipamentos servidos pelas novas tecnologias da informação e comunicação.

A descoberta começa com uma visita virtual à Serra da Estrela, numa sala de projeção tridimensional. Existe um vasto e moderno auditório, com 180 lugares, preparado para utilizar as mais modernas tecnologias e realizar tradução simultânea em várias línguas. Aqui decorre o festival de Cinema Ambiental, CineECO. Dispõe de uma biblioteca especializada aberta ao público.

A Exposição permanente é dedicada à História Natural da Terra e introduz os visitantes na diversidade biológica e geológica da Região Centro de Portugal, focalizando os seus módulos interativos na fauna, flora, geomorfologia e paisagens culturais da Serra da Estrela, com destaque para a sua representação em modelo tridimensional.

Dotado de centro de documentação, de uma sala de sistemas de informação geográfica, de laboratórios de geologia e arqueologia, de fauna, flora e fotografia, banco de sementes, o espaço convida à investigação científica, à educação e formação e torna acessível a informação científica a todos os públicos.

O Parque da Quinta do Carvalhal constitui uma extensão científica, pedagógica e de promoção do turismo científico, escolar e ambiental, ao conservar cerca de 100 espécies de árvores e arbustos, representativos dos diversos habitats da Serra da Estrela – como os carvalhos, o teixo, Taxus baccata, o azevinho, Ilex aquigolium, o medronheiro, Arbutus unedo, mas também de outras espécies alóctones que chegaram á região e ao nosso país, provenientes das florestas euro-asiáticas e norte americanas, como a pseudotsuga e os abetos, bem como das regiões subtropicais como os cedros, ciprestes e eucaliptos. O edifício primitivo funciona agora como centro de exposições temporárias.

O CISE promove diversas atividades de Turismo de Natureza e de Educação Ambiental, de que se destacam:
Acompanhamento de visitas de estudo à Quinta do Carvalhal e à Serra da Estrela de alunos de todos os níveis de ensino, onde se debatem temas como água e ar, fauna e flora, património natural da Serra da Estrela e resíduos;
Organização de oficinas temáticas, onde as crianças e jovens desenvolvem atividades que exploram a vertente ambiental;
Organização e participação com outras entidades na realização de cursos, palestras e colóquios;
Desenvolvimento e acompanhamento de projetos de educação ambiental em colaboração com as escolas;
Edição de um boletim informativo com periodicidade trimestral.

Na área do Turismo de Natureza o CISE oferece um conjunto de percursos pedestres no Parque Natural da Serra da Estrela, que permitem conhecer e desfrutar esta importante área protegida. No enquadramento da criação do Museu Natural da Eletricidade, a partir da musealização da Central do Desterro (1908), está a nascer na Mata do Desterro (140 ha) um novo centro de lazer, de educação ambiental e de turismo de natureza.

CISE: Viagem virtual pela Serra da Estrela e pelas paisagens do Centro de Portugal. (LAC)

CISE: Viagem virtual pela Serra da Estrela e pelas paisagens do Centro de Portugal. (LAC)