Apreciadas por muitos e desconhecidas de alguns, as Sardinhas Doces de Trancoso são um símbolo da cidade.

Considerada em 2019 a “maravilha doce” do distrito da Guarda, esta iguaria conventual distingue-se facilmente pela sua forma singular.

Trata-se de um doce frito, em forma de sardinha, coberto com chocolate derretido e calda de açúcar, cujo recheio é composto por amêndoa, açúcar e ovos.

O primeiro passo para confecionar as Sardinhas Doces de Trancoso é preparar a massa tenra que leva farinha, ovos, azeite, sal, canela e um pouquinho de água.

Enquanto a massa fica a descansar prepara-se o recheio de doce de ovos, composto por açúcar, gemas de ovos e amêndoa pelada.
Posteriormente, a sardinha frita-se em óleo bem quente que depois de escorrida é banhada num preparado de chocolate. Por fim deita-se o açúcar ( o sal da sardinha).

Maria Rosa de Andrade é o rosto por trás das afamadas Sardinhas Doces. São já 48 anos dedicados à confeção deste doce conventual cuja receita herdou de uma senhora que vivia paredes meias com o Castelo de Trancoso.

No entanto, a receita original surgiu no Convento de Santa Clara do Porto, sendo uma das especialidades das freiras que se dedicaram à doçaria em 1864, depois da extinção do convento como forma de sobrevivência.

A confeiteira deu já formações aos mais novos de modo a garantir a continuidade deste doce característico.

Existe também a Confraria das Sardinhas Doces que tem como principais objetivos a defesa e a divulgação das Sardinhas Doces de Trancoso, da doçaria tradicionais Trancosana e, na sua generalidade do património do concelho de Trancoso que é digno de visita:

A Aldeia Histórica de Trancoso que, em 1282, assistiu às Bodas Reais de D. Dinis e D. Isabel de Aragão (também conhecida como Rainha Santa Isabel).

O seu castelo milenar contrasta com os sobressaltos e temores vividos pelas gentes de outrora. Foi terra de fronteira, palco de diversas lutas e batalhas marcantes para a formação e independência do reino. Recebeu importantes privilégios. D. Afonso Henriques concede-lhe a carta de Foral e D. Afonso III a carta de Feira. D. Dinis manda construir as muralhas que ainda hoje protegem um burgo onde conviveram cristãos e judeus. A cintura de muralhas que ainda rodeia a antiga vila medieval, bem como o vasto património arquitetónico civil e religioso, conferem ao Centro Histórico uma imagem única.