Mole ou duro, amanteigado ou fatiado, com pão ou sem pão, o Queijo da Serra da Estrela é único pelo seu paladar e pelas suas caraterísticas.

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.

Atualmente, o Queijo Serra da Estrela é apreciado pelos portugueses e, cada vez mais, por amantes de queijo espalhados por todo o mundo, que visitam a Região à procura desta grande iguaria. A origem do queijo Serra da Estrela vem do tempo dos romanos, a primeira menção à produção desta grande iguaria e, ao longo dos séculos, vários reis portugueses reconheceram a riqueza deste produto artesanal nacional, oferecendo-o a ilustres convidados.

A Denominação de Origem Protegida, mais conhecida por DOP, é a certificação que permite distinguir um genuíno Queijo Serra da Estrela, sendo que as raças ovinas Bordaleira Serra da Estrela e Churra Mondegueira – criadas ao ar livre, em pastos naturais – são as únicas produtoras de leite admitidas.

Algumas entidades falsificam o rótulo dos queijos, identificando-os como Denominação de Origem Portuguesa – DOP. Mas o que será que define um queijo DOP?

O esclarecimento é simples, um queijo DOP é aquele que é fabricado exclusivamente a partir de leite cru de ovelha, da raça Bordaleira da Serra da Estrela ou Churra Mondegueira – alimentadas exclusivamente de pasto natural da região demarcada da Serra da Estrela – flor do cardo, sal, sabedoria, dedicação e nada mais, como defendem os produtores deste queijo. O seu fabrico é inteiramente artesanal e parte das mãos sabedoras dos queijeiros portugueses.

 

Para se identificar o verdadeiro e genuíno Queijo da Serra da Estrela, há três símbolos que têm de estar presentes: o Símbolo europeu de denominação de origem protegida (DOP), que permite a identificação e afirmação de qualidade nos mercados externos, com o Holograma da Casa da Moeda, a Marca de caseína, visível no fundo do queijo, com número de série – a ‘impressão digital’ do queijo, e o número de licenciamento da queijaria.

Para se confecionar o queijo Serra da Estrela de origem DOP é necessário que existam ovelhas Bordaleiras, por isso, a Associação Nacional Criadores Ovinos Serra da Estrela –  ANACOSE –  surgiu para dar continuidade da pastorícia, evitando o risco de extinção das ovelhas da raça autóctone bordaleira, apostando no melhoramento genético e defesa da raça.

Em 2018, a Confraria de Fornos de Algodres criou o Queijo Serra da Estrela com urtiga, onde é utilizada urtiga como coagulante do leite, em vez do tradicional cardo.

Em semelhança com o que acontece em outras localidades do distrito, o Município de Fornos de Algodres aposta no reviver das tradições e  promove uma Feira dedicada ao território, aos pastores, às queijarias tradicionais e aos produtores locais.

Em Aguiar da Beira, distrito da Guarda, a Câmara Municipal realiza a Feira do Pastor e do Queijo com exposições de gado ovino e caprino e provas de queijo Serra da Estrela.

Em Celorico da Beira, conhecida como a “Capital do Queijo da Serra da Estrela”, os amantes de queijo podem visitar o Museu do Agricultor e do Queijo, para ficarem a conhecer as tradições e o trabalho das gentes que se dedicavam à produção do queijo.

Também a vila da Soalheira, localizada no concelho do Fundão, realiza a Feira do Queijo da Soalheira, que conta já com 11 edições, prestigia os produtores e as empresas que se dedicam a fabricar queijo, proporcionando aos visitantes a experiência de degustar vários menus gastronómicos.

O queijo Serra da Estrela DOP respeita um conjunto de procedimentos artesanais e toda a sua confeção envolve, pelo menos, 45 dias, até sair para o mercado.