Portugueses guardam 30% do orçamento de Natal para o bacalhau

Este ano as famílias portuguesas aumentaram o seu orçamento de Natal em 18 euros, disponibilizando 271 euros para gastar durante a quadra em presentes e bens alimentares.

E 30% do orçamento destina-se à compra do bacalhau da consoada, revela um estudo da escola de Marketing IPAM.

“É uma surpresa absoluta perceber que os portugueses guardam à partida cerca de 80 euros para comprar o bacalhau que servem na noite da consoada”, afirmou ao Dinheiro Vivo Mafalda Ferreira, coordenadora do estudo.

Depois de seis anos a analisar os hábitos de consumo dos portugueses durante o mês de dezembro, o IPAM percebeu que a quadra natalícia é muito mais do que presentes. “O estudo que se debruça sobre as compras mostra que 55% dos portugueses compram produtos alimentares específicos do Natal”, afirma Mafalda Ferreira, assumindo que “por isso fomos perceber que produtos são esses”.

As respostas foram óbvias: bacalhau, bolo rei e outros doces natalícios, com o perú de Natal e não ser tão referido pelos inquiridos. “Em zonas do país como o Alentejo e Algarve o perú nem aparece”. Mas no geral, “os alimentos de Natal mantêm-se muito tradicionais, com a única alteração a ser a compra dos doces em vez de serem feitos em casa”, refere Mafalda Ferreira.

A surpresa surgiu mesmo nos valores a gastar. Pela primeira vez desde 2009, o primeiro ano do estudo, os portugueses estão disponíveis para aumentar o orçamento de Natal – o que se justifica pelo maior poder aquisitivo e confiança dos consumidores desde o início do ano. Vão assim gastar 271 euros, em média. E, se 90,5% dos inquiridos admitem comprar presentes, 55,2% irão comprar produtos alimentares. Mais: destes produtos, o bacalhau é o alimento referido mais pessoas (71,9%) e também o produto onde vão gastar mais.

Do total de 271 euros, os portugueses admitem gastar 29,5% com a compra deste produto que, dizem, em média deverá pesar 80 euros. E, como a quadra é passada em família, 67% admitem que compram o bacalhau durante o mês de dezembro e 63% que o preferem inteiro e seco. As promoções voltam, no entanto, a ter uma percentagem significativa, com 25% a admitir que deixará a compra do bacalhau para uma altura de baixa de preço. Esta percentagem é igual ao número de pessoas que referem o Perú como produto a adquirir.

“Há um comportamento focado na poupança, mas é interessante perceber que os portugueses não abdicam de certos produtos alimentares. E o mais interessante é ver que se disponibilizam a gastar um valor tão elevado só com o bacalhau”. Em relação aos presentes é outra discussão: “90% dos portugueses referem que vão cortar os presentes dos adultos”, refere a responsável.


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