Os condutores apercebem-se, assim, das zonas onde se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções.
A Universidade do Minho desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície, através da introdução de nanocompósitos à base de óxidos nos pavimentos tradicionais. Como consequência direta, espera-se que o número de acidentes decorrentes desse estado do piso seja reduzido substancialmente. O investigador Joaquim Carneiro, do Centro de Física da Escola de Ciências da UMinho, lidera este projeto e explica como funciona. «Quando a temperatura baixa ao ponto de congelação da água (0ºC) é produzida uma reação que leva o asfalto a adquirir a cor vermelha. Os condutores apercebem-se, assim, das zonas onde se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções». As nanopartículas à base de óxidos têm, ainda, a capacidade de limpar o próprio asfalto, através de reação química com o óleo que sai dos veículos em acidentes ou em derrames no asfalto, degradando o óleo e convertendo-o em dióxido de carbono e água. A pesquisa de Joaquim Carneiro foi apresentada com sucesso numa conferência internacional e já despertou o interesse dos governos da Finlândia e Portugal. Depois das provas laboratoriais na UMinho, será agora testada em ambiente real, numa autoestrada da região Centro. «Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste “asfalto inteligente” será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo, em especial nas regiões frias e montanhosas, como a Escandinávia, o Canadá, a Rússia ou os Andes», diz Joaquim Carneiro. O seu próximo projeto incide na utilização de fibras de carbono que alertem para a formação de fissuras no asfalto, de forma a que sejam detetadas e reparadas mais rapidamente.