UBI vai trabalhar no projeto da fábrica do futuro da Peugeot Citroën

A Universidade faz parte do consórcio do projeto “INDTECH 4.0 – Novas tecnologias para fabricação inteligente”.

A fábrica do futuro que a Peugeot Citroën (do grupo francês PSA) quer ter em Mangualde irá incorporar tecnologia que vai ser desenvolvida na Universidade da Beira Interior (UBI). A instituição faz parte do projeto “INDTECH 4.0 – Novas tecnologias para fabricação inteligente” que junta a multinacional francesa a empresas tecnológicas e universidades portuguesas para promover a eficiência e a flexibilidade dos processos produtivos. A procura destas soluções no contexto da Indústria 4.0/Factories of the Future representa um investimento global de 9,2 milhões de euros.

O projeto assenta em cinco grandes tarefas, designadas por “Sistemas Robóticos inteligentes”, “Sistemas de avançados de inspeção”, “Sistemas autónomos de movimentação”, que irão contribuir para a “Fábrica Digital” e todas juntas resultarão na constituição do Paradigma Fabric of the Future. A UBI irá trabalhar em todas estas tarefas que se destinam a encontrar soluções nos sistemas robóticos, nas inspeções e monitorização das máquinas, acompanhamento digital da produção e do apoio à tomada de decisão, entre outros. Em síntese, o projeto pretende desenvolver uma fábrica de nova geração, capaz de adaptar o produto às preferências do utilizador em tempo real, neste caso na indústria automóvel, algo que não é possível fazer em linhas de montagem de grandes séries.

Na Universidade da Beira Interior a investigação será liderada por quatro docentes da Faculdade de Engenharia. Três do Departamento de Eletromecânica: Fernando Santos (que será o investigador principal), António Espírito Santo e José Páscoa; e um do Departamento de Informática: Luís Alexandre.
A entrada da UBI neste projeto deveu-se ao sucesso do intenso trabalho de preparação das tarefas, feito pela equipa destes quatro investigadores, ao longo dos últimos dois anos e meio, e que permitiu dar resposta aos problemas para os quais a PSA quer encontrar soluções. A equipa contará ainda com 12 bolseiros contratados especificamente para trabalhar no projeto, um investimento de mais de meio milhão de euros.
Existe um conhecimento mútuo entre as duas entidades, alcançado pelos diplomados da UBI das áreas da Engenharia de Eletromecânica e Engenharia de Gestão Industrial que trabalham na empresa e pela prestação de serviços especializados à PSA, por parte da academia, também na área da informática.
“Houve ainda a identificação das competências únicas que nós temos nesta área, como é o caso da uniformização da pintura dos veículos usando nozzles eletrostáticos, onde nós temos uma tradição na unidade de investigação C-MAST. No fundo, selecionaram os parceiros que lhes davam as melhores garantias de fazer o que eles precisam”, salienta José Páscoa, Vice-Reitor para a área de Investigação e Projetos.

Assumindo-se como um dos maiores projetos de investigação de sempre a que a UBI está ligada, resultará num investimento direto de quase 900 mil euros na instituição, que ficará associada a uma ação de modernização de um setor importante para o tecido económico do país.

Por outro lado, melhorará as condições de ensino e investigação existentes na academia. De acordo com José Páscoa, os protótipos que serão desenvolvidos nos laboratórios do departamento de Engenharia Eletromecânica e depois replicados para instalar na fábrica, ficarão na UBI. “Entre outras vantagens, vão permitir aos nossos alunos terem contacto com esses protótipos antes de ingressarem no mercado de trabalho, formando-os com as mais recentes inovações do setor”, sublinha o Vice-Reitor.

O INDTECH 4.0 envolve, além da UBI e da PSA, a Active Space Technologies – Atividades Aeroespaciais (Coimbra), a Critical Manufacturing (Maia), a NEADVANCE – Machine Vision (Braga), a RARI – Construções Metálicas, Engenharia, Projetos e Soluções Industriais (Moita), a MOTOFIL – Robotics (Ílhavo) e as universidades do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real). O projeto conta com a participação do Estado português, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).


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