A UBI participou no maior projeto aeronáutico português, o KC-390

A aeronave foi apresentada esta segunda-feira, nas Oficinas Gerais de Material Aéreo (OGMA), depois de 450 mil horas de trabalho de engenharia portuguesa.

A UBI foi uma das instituições que participou no desenvolvimento do maior projeto aeronáutico português, o KC-390, da Embraer. A aeronave foi apresentada esta segunda-feira, nas Oficinas Gerais de Material Aéreo (OGMA), depois de 450 mil horas de trabalho de engenharia portuguesa.
Foi esta segunda-feira apresentada a aeronave KC-390, desenvolvida pela brasileira Embraer e com uma forte participação da engenharia portuguesa, que contou também com o apoio do Estado português, que alocou ao projeto 20,8 milhões de euros.
A apresentação aconteceu nas oficinas das OGMA, em Alverca, e contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e ministro da Economia, Caldeira Cabral.
De acordo com os dados fornecidos pelo ministério da Economia ao Negócios, o KC-390 tem uma incorporação nacional superior a 56%, com um efeito multiplicador de 1,8, contando com a participação de mais de 35 entidades nacionais.
Envolveu mais de 350 pontos de trabalho “altamente qualificados”, nomeadamente engenheiros, de várias companhias como a Embraer, OGMA e Centro de Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA). E contou com o envolvimento de diversas universidades portuguesas: Universidade do Minho (UM), Instituto Superior Técnico, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP-UP) e Universidade da Beira Interior (UBI).
Trata-se, segundo o Governo, do primeiro programa de aeronáutica com engenharia nacional e é também o maior em termos de participação da indústria portuguesa.
Uma visão reforçada pelo CEIIA, que em comunicado assinala que “mais de metade da aerestrutura deste avião foi concebida por engenheiros portugueses, fazendo do KC 390 o maior projeto aeronáutico alguma vez realizado no nosso país”.
O Ministério da Economia assinala que este projeto favorece a captação de investimento direto estrangeiro (IDE), o lançamento de startups e PMEs especializadas e coloca Portugal no mapa europeu e internacional de fornecedores altamente qualificados e especializados no sector da indústria aeronáutica”.
A Embraer, que conta com uma fábrica em Évora, contratou a Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA) para este projeto, que por sua vez subcontratou o CEIIA, para componentes estruturais da aeronave e outros pacotes de trabalho associados à fuselagem central, bem como a OGMA.
“Com este projeto foi possível construir uma equipa de engenharia portuguesa que tem capacidade para participar no desenvolvimento de qualquer projeto de engenharia aeronáutica, em qualquer parte do mundo”, refere José Rui Felizardo, presidente executivo do CEIIA.
O dorso do avião, onde se vão instalar as portas do trem de aterragem, os elevadores das asas traseiras, a fuselagem, e uma parte do leme, são da responsabilidade do CEIIA, que já havia participado noutros projetos aeronáuticos, mas nenhum comparável às exigências do KC 390, refere o centro em comunicado.
Para assegurar a participação portuguesa neste projeto, o Governo tem prevista uma despesa de 20,8 milhões até ao final de 2017.
Na resolução do Conselho de Ministros que autoriza esta despesa, o Governo destaca o “interesse de Portugal em participar no programa de desenvolvimento e produção da aeronave de transportes multiusos KC -390 como fator de desenvolvimento da base tecnológica e industrial nacional para o sector aeronáutico e, nessa medida, assumir o papel de vetor mobilizador da dinamização do cluster aeronáutico nacional”.
De acordo com o ministério da Economia, há uma geração de royalties de até 15 milhões de euros por cada estrutura entregue pela OGMA à Embraer e os novos contratos adjudicados ao CEIIA e a outras empresas por consequência da participação no KC-390 representam mais de 13 milhões de euros.


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