UBI com dedo no design

Promover a ligação entre os trabalhos dos alunos e as empresas é a principal meta dos responsáveis pelo curso de Design Industrial.As criações dos alunos finalistas desta licenciatura compõem a mostra visitada por representantes de empresas. Diversos estágios remunerados vão ser abertos para os estudantes da UBI. Mais de uma dúzia de protótipos dão vida […]

Promover a ligação entre os trabalhos dos alunos e as empresas é a principal meta dos responsáveis pelo curso de Design Industrial.As criações dos alunos finalistas desta licenciatura compõem a mostra visitada por representantes de empresas. Diversos estágios remunerados vão ser abertos para os estudantes da UBI. Mais de uma dúzia de protótipos dão vida à mostra de objetos concebidos pelos alunos finalistas do curso de Design Industrial da Universidade da Beira Interior. Esta formação ministrada em parceria pela Faculdade de Artes e Letras e pela Faculdade de Engenharia pretende ampliar a cooperação com o mundo empresarial e lançar pontes entre alunos e entidades empregadoras. A iniciativa, realizada no âmbito do projeto Dedo de Design, permite aos finalistas criarem propostas concretas e pensadas para cada uma das empresas envolvidas, tendo como base as necessidades e limitações reais apresentadas pelas mesmas. Os projetos foram apresentados em forma de conceito e os melhores alunos são selecionados para um estágio na empresa Fapil, onde podem aprimorar o conceito para a produção em escala industrial. Na iniciativa deste ano, a empresa que trabalha na área dos materiais plásticos desafiou os alunos da UBI a conceberem uma cadeira de esplanada. Ernesto Vilar, um dos docentes envolvidos no projeto sublinha que este desafio “pretende integrar as empresas e a academia num desafio com um mesmo propósito e o resultado desse encontro seja colocado em prática”. Desta forma, os estudantes da universidade acabam por tomar conhecimento “das condicionantes habitualmente impostas pelas empresas e estas conhecem também as dúvidas dos alunos, nomeadamente ao nível da metodologia de trabalho destes”. Depois de uma visita às instalações desta unidade fabril, foi entregue um caderno com as características e os requisitos do produto a todos os finalistas. O resultado final é agora avaliado por responsáveis pela empresa que vão abrir portas a três alunos da UBI e passar à fase de produção os seus conceitos. Para além disso, “todos os protótipos em exposição vão dar forma a um catálogo final de trabalhos”, garante ainda o docente. Para Jorge Macedo, aluno finalista e presidente do Núcleo de Estudantes de Design Industrial, o balanço da iniciativa “não podia ser melhor”. “Contactar com as empresas, desenvolver um conceito e ter uma noção prática do que nos espera no mercado de trabalho, são condições essenciais para uma boa formação académica”, reitera. Formação essa que, do ponto de vista dos empresários, parece estar bem ajustada às solicitações do mundo industrial. Fernando e Filipe Teixeira são dois responsáveis da Fapil que marcaram presença na UBI para avaliar os melhores trabalhos dos alunos e promover a integração destes nos quadros da sua empresa. Para estes, “os resultados são interessantes, na generalidade foi alcançado um conjunto de bons trabalhos, entre os quais, existem uns quantos que estão quase prontos para passar à comercialização. Os restantes não deixam de ser trabalhos interessantes que apesar de não estarem ainda tão aptos para a industrialização, têm boas soluções”. Algo que segundo estes “evidencia um relevante trabalho de pesquisa e desenvolvimento, com alguns alunos a apresentarem soluções interessantes e diferentes do habitual”. O programa “Dedo de Design” foi criado em 2012 por dois docentes de Design Industrial da UBI, Ernesto Vilar e João Monteiro, a fim de incentivar as micro e pequenas indústrias a investir no talento dos futuros designers de produto portugueses, combater o hábito da cópia de projetos internacionais, bastante comum neste segmento da industria nacional, e promover a criação de uma identidade nacional para o design de produtos. Atualmente já quatro empresas participam neste programa com resultados bastante promissores, que se espera venha a ser alargado a outros parceiros e a outras vertentes do design da UBI, como Design de Moda e Multimédia.


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