Castelo Branco tem 119 unidades de turismo rural identificadas mas só 44 estão registadas

O grupo ‘Pensar a Beira Baixa’ divulgou que no distrito de Castelo Branco estão identificadas 119 unidades de turismo rural, mas apenas 44 estão registadas no Turismo do Centro.

Este grupo, liderado pela Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), conta com a colaboração do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e da Universidade da Beira Interior (UBI) e foi criado com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre questões que afetam a região.

“A AEBB tem 119 unidades identificadas. No Turismo do Centro estão registadas 44 unidades. Isto é, do ponto de vista estatístico, a oferta instalada nesta sub-região não corresponde à leitura que o todo nacional tem sobre a própria rede”, afirmou José Páscoa, da UBI.

O representante, que falava em Castelo Branco, durante a apresentação de conclusões de análises do grupo, adiantou que estas 44 unidades de turismo rural estão divididas por sete municípios, mas “só dois concelhos é que têm estatística em turismo em espaço rural, o que significa que cinco não constam na atividade turística na região da Beira Baixa, nem no todo nacional”.

José Páscoa entende que é necessário inverter esta situação: “Temos a dimensão que temos, o peso que temos e depois desbaratamos a massa crítica que temos porque não conseguimos vendar informação para fora do território”.

A necessidade de criação de uma rede de cooperação de turismo rural foi um dos aspetos focados pelo ‘Pensar a Beira Baixa’: “É necessário trabalhar em rede para conseguir identificar alguns denominadores comuns e criar uma marca chapéu”.

Já o presidente da AEBB, José Gameiro, disse que os empresários estão à espera de uma reunião com o Turismo do Centro para tentar perceber a discrepância que existe entre as unidades de turismo rural identificadas pela associação e aquelas que estão registadas.

O responsável adiantou que o grupo ‘Pensar a Beira Baixa’ vai ainda debruçar-se, no futuro próximo, sobre três temas: o tecido empresarial, a educação e a cultura e, por fim, a saúde.

Até agora, já foram debatidos temas como a ruralidade, mobilidade e turismo.

José Gameiro anunciou também a realização do 1.º Congresso Empresarial da Beira Baixa, em maio de 2017, uma primeira iniciativa que resulta do debate e da reflexão que o ‘Pensar a Beira Baixa’ tem desenvolvido ao longo dos últimos meses.

“Esta é uma iniciativa que queremos que mobilize a região”, disse.

Por seu turno, Domingos Santos, do IPCB, defendeu a ideia de que hoje, mais do que nunca, o académico não se deve restringir às paredes da academia.

“Importa que o conhecimento transite e crie valor, sobretudo na comunidade onde está inserido. É preciso também passar das palavras aos atos. É esse o trabalho que está aqui [grupo] a ser feito”, sustentou.

Domingos Santos referiu também que há ainda muito trabalho a fazer para tornar os recursos da região em produto, quer na área turística e do lazer, quer na área educativa ou da agricultura.

“O que está em jogo é a capacidade de criar riqueza sustentável, mantendo as nossas marcas identitárias”, concluiu.


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