Turismo de Portugal reforça aposta no digital

O Turismo de Portugal terá como objetivo, para o próximo ano, reforçar a sua aposta no digital como estratégia de comunicação para a promoção do destino Portugal, afirmou Luís Matoso, vogal do Turismo de Portugal, à margem do 27º Congresso da AHP, que terminou esta terça-feira, em Évora.

O responsável, que falava durante o último painel do congresso, intitulado ‘Posicionar Portugal como Destino Turístico’, destacou que o vídeo será o canal em que o instituto mais irá investir, revelando que o objetivo será o de ter a capacidade de produzir dois vídeos por semana, uma vez que este canal “é o que no Turismo gera mais impacto”.

A concorrência

Durante o mesmo painel, Mário Candeias, diretor de Operações do Pestana Luxury Hotels, abordou o posicionamento do País, que deve ser feito em relação ao “que nós somos em função de terceiros”, pois só assim é possível “desenharmos uma estratégia mais agressiva”.

O responsável defende que, Portugal, além do bom desempenho em todos os indicadores do Turismo, ainda está aquém de países concorrentes, como é o caso da vizinha Espanha. Embora esteja previsto o crescimento de 5,2% em 2016 nas receitas por dormida no País, “se compararmos com outros países, eles estão a prever crescer o mesmo, pelo que então não estamos a crescer o suficiente. As nossas taxas continuam a crescer, mas não o suficiente para ganharmos posicionamento”, argumenta.

Já Luís Matoso, em resposta à intervenção de Mário Candeias, considera que “só podemos ter relevância na nossa comunicação se insistirmos e enfatizarmos que somos melhores que os outros”, destacando que “o Turismo de Portugal tem de ter, dentro da sua estrutura, competência e não propriamente comportar-se como concorrência.” “O que é importante é a estratégia para o País e temos muito para onde evoluir”, acrescenta.

O responsável do Turismo de Portugal explicou ainda que, “se me perguntam se através da comunicação conseguimos posicionar o País, eu diria não, não temos meios para isso, mas acho que fazer uma comunicação e insistir nos nossos três principais temas – surf, golfe e os festivais de música, de facto são três coisas que podemos fazer melhor que os outros”.

Embora o País seja pequeno, para Luís Matoso este poderá ser um fator de diferenciação no mercado: “Ser pequeno é uma vantagem competitiva, pois personalizamos e assumimos essa realidade e não nos comparamos com os outros”.

Mário Candeias alertou ainda para os dados que demonstram que, “de 2008 para 2015, o preço médio por quarto [em Portugal] ainda não ultrapassou o valor pré-crise”.

Neste seguimento, Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé e moderador deste painel, afirmou que “se Lisboa tem taxas de ocupação de cerca de 90% durante os meses de abril a outubro, então estão as condições reunidas para subir os preços na hotelaria”, referindo que cabe aos profissionais assumir esta medida.


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