Trabalhadores da Resiestrela em greve por melhores salários e categorias profissionais

Em causa estão “os ordenados abaixo da média” praticados pela Resiestrela, que tem sede no Fundão.

Os trabalhadores da Resiestrela, empresa de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos que abrange 14 municípios da Beira Interior, estão hoje a cumprir um dia de greve para reivindicarem melhores salários e acesso a categorias profissionais.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador distrital do Sindicato de Trabalhadores da Administração Local (STAL), José Rocha, garantiu que em termos gerais a adesão à greve rondou os 80%, número que foi ultrapassado no diz respeito aos trabalhadores de aterro e triagem.

“Dos 63 funcionários da Resiestrela, aderiram à greve 50, mas entre os trabalhadores do aterro e triagem só dois é que não aderiram. Ou seja, entre os que são mais penalizados a adesão foi quase total e isto é bem demonstrativo do descontentamento vivido”, referiu.

Segundo explicou, em causa estão “os ordenados abaixo da média” praticados pela Resiestrela, que das 11 empresas que compõem o grupo EGF (Empresa Geral de Fomento) “é aquela que pior paga”.

A falta de condições de trabalho e o facto de os funcionários não estarem integrados nas carreiras profissionais de acordo com as funções que exercem ou a “permanente recusa” da empresa em sentar-se à mesa das negociações são outras das razões do protesto, que a partir de hoje, e por tempo indeterminado, abrangerá as horas extraordinárias.

“É uma luta que poderá ter impacto junto das populações, mas que é necessária porque é inadmissível que estes trabalhadores recebam menos do que todos os outros do grupo e é inadmissível que os contratem para determinadas funções e os coloquem a exercer outras bem mais difíceis, mas sem que recebam para isso”, referiu.

Referindo que a única categoria profissional que vigora na Resiestrela “é o pau para toda a obra”, este sindicalista aponta ainda que há pessoas contratadas para vigilantes, mas que depois têm de operar com máquinas ou exercerem funções de motoristas, conduzindo veículos especiais.
José Rocha considera ainda que estes trabalhadores deveriam estar abrangidos a 100% pelo subsídio de risco de insalubridade e penosidade, dado que têm de lidar diariamente com resíduos sólidos, “num trabalho extremamente penoso”.

Além disso, apela mesmo à intervenção dos municípios abrangidos por este sistema: “Já que são as autarquias que pagam as tarifas e já que estamos a falar de dinheiros públicos e de responsabilidades sociais, apelávamos a que perguntassem sobre as as condições de trabalho e interviessem no sentido de exigir melhorias”, disse.

Com sede no Fundão, a empresa Resiestrela é responsável pela concessão do sistema multimunicipal de triagem, recolha seletiva, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos provenientes de 14 municípios dos distritos da Guarda e Castelo Branco, designadamente Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Manteigas, Meda, Penamacor, Pinhel, Sabugal e Trancoso.


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