O grupo The Fladgate Partnership (TFP), que detém as marcas de vinho do Porto Taylor’s, Fonseca e Croft e o hotel vínico de luxo Yeatman (em Gaia), está interessado em alargar o seu projeto turístico de “alta qualidade” à região do Douro, avançou Adrian Bridge, diretor-geral do grupo, em entrevista ao Diário Económico. O grupo já analisou algumas oportunidades, mas não firmou ainda nenhum contrato.
“O Douro tem muitos hotéis para vender, nós queremos um produto de alta qualidade para complementar o Yeatman e a preços realistas”, frisou Adrian Bridge. O projeto no Douro “não é uma prioridade” para a TFP, que assistiu no ano passado a um “bom crescimento nas vendas” no Yeatman, hotel cinco estrelas em operação desde 2010 e que implicou um investimento acima de 32 milhões de euros.
Segundo Adrian Bridge, o hotel beneficiou de um crescimento de 19% nas vendas para 7,8 milhões e, embora “ainda sem atingir lucro, teve um EBITDA positivo de 1,2 milhões”. O gestor espera que este ano registe lucros antes de impostos, sendo que decidiu aumentar os preços numa estratégia contrária ao mercado. “Os nossos clientes [ingleses, brasileiros, portugueses, alemães e norte-americanos] têm disponibilidade para pagar”, realçou, sendo que asseguram 85% das receitas do hotel.
O grupo registou no ano passado um volume de negócios consolidado de 98,5 milhões, um crescimento de 10% face a 2012. “Foi um bom ano para o grupo”, que viu o negócio do vinho do Porto (o ‘core’) ser impulsionado pelos Porto Vintage 2011 e categorias especiais e pelo aumento do número de mercados externos. A declaração da crítica de vinhos “Jancis Robinson, que considerou o vinho do Porto Quinta de Vargellas 2011 o melhor vinho feito no mundo nesse ano, ajudou tudo: a nossa empresa e todo o setor”, frisou.
Os vinhos do Porto Taylor’s, Fonseca e Croft chegam já a 72 mercados, com Portugal a representar 7% das vendas de vinho do Porto do grupo. Os mercados mais relevantes são o Reino Unido (33%), EUA (13%) e Canadá (10%), mas os esforços feitos em 2012 para abrir novas fronteiras resultaram em 2013 numa boa colocação do produto em alguns países da América do Sul e Europa de Leste. No ano passado, o grupo teve 6,7 milhões de lucro antes de impostos.
No início de 2016, o TFP deverá abandonar definitivamente as instalações no centro histórico de Gaia e instalar-se na Quinta dos Barões, também em Gaia, onde já investiu quase 30 milhões de euros entre aquisição do espaço e área produtiva. A propriedade na zona antiga de Gaia está à venda, com possibilidade de albergar um hotel, sendo que o seu valor aproximado ronda os 10 milhões.