Suspeito nega em tribunal ter planeado a morte da mulher em Seia

Fonte: http://www.fe.unb.br/noticias/sucessao-justica-derruba-liminar-da-adunb-e-mantem-consulta-informal-e-paritaria/image

O homem de 38 anos acusado de matar a mulher num acidente rodoviário que terá simulado numa estrada municipal do concelho de Seia negou hoje em tribunal a ideia de ter delineado um plano com tal objetivo.

O arguido Rui Andrade, economista de profissão, começou a ser julgado na Guarda, por um tribunal de júri, acusado da alegada prática de um crime de homicídio qualificado e de um crime de sabotagem informática.

O caso remonta a 18 novembro de 2014 e o alegado acidente ocorreu na estrada de ligação Furtado – Sandomil, em Seia, na sequência de uma discussão sobre o relacionamento com a companheira Ana Rita, advogada, de 38 anos.

Segundo a acusação, o arguido, motivado por ciúmes, agrediu a companheira e “com o intuito de provocar na vítima lesões compatíveis com a tese de acidente e que permitissem ocultar as lesões que lhe havia infligido voluntariamente decidiu simular a ocorrência de um acidente de viação”.

É referido que mantendo a vítima no interior do carro, “destravou-o, abriu os vidros das janelas das portas do lado do condutor e do pendura e empurrou o veículo pela ravina ali existente, aguardando que este capotasse ou se incendiasse”.

No entanto, “como não obteve o resultado pretendido”, é acusado de alegadamente ter provocado várias lesões, “que foram causa direta e adequada” da morte da mulher.

O Ministério Público concluiu que o arguido atuou motivado “pelos ciúmes que tinha da sua companheira, por não aceitar que esta quisesse deixar de viver consigo”.

Rui Andrade disse hoje ao tribunal que não elaborou um plano para matar a companheira e, apesar de não prestar declarações sobre o acidente, respondeu que não fugiu do local “porque sabia que não tinha feito nada de mal”.

O arguido também declarou, ao contrário do que sustenta a acusação, que, “em momento algum”, a falecida lhe disse “que se queria separar”. “Éramos um para o outro”, referiu.

O economista também não quis falar sobre a instalação de programas no telemóvel da vítima para aceder aos conteúdos, como está acusado, mas pronunciou-se sobre pesquisas na internet relacionadas com questões neurológicas e traumatismos crânio encefálicos.

Disse que as realizou após a mulher ter tido um acidente de carro, em 29 de março de 2014, e por posteriormente ter verificado que “não estava bem”.

“A pesquisa que fiz foi porque a Rita apresentava alterações neurológicas comportamentais. Em oito sintomas, ela apresentava sete”, justificou o arguido, que está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Guarda.

No início da sessão, o advogado de Rui Andrade disse que no decorrer do julgamento a defesa iria “fazer a contraprova do que figura na acusação, depois vertida a pronúncia”, referindo que o economista se confronta “com a suspeita de que o falecimento [da companheira] foi provocado por ele próprio”.

O advogado propôs ainda a reconstituição do acidente e a realização de uma nova autópsia para determinar “exatamente como foi que ocorreu o falecimento” da mulher.


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