Sporting da Covilhã fez treino militar para aprender a reagir nos maus momentos

O plantel de futebol do Sporting da Covilhã chegou na sexta-feira à noite ao seu Complexo Desportivo da Covilhã depois de um treino militar na Serra da Estrela, de quase 24 horas com o sub-agrupamento de Montanha da GNR.

Durante a longa jornada, os jogadores fizeram o percurso de 12 quilómetros entre o Sabugueiro e o Vale do Rossim a correr, seguiram-se vários exercícios, dormiram duas horas e foram acordados com uma “alvorada militar”, para mais uma marcha de nove quilómetros e mais atividades durante todo o dia.

O desafio, que se realiza pelo terceiro ano, culminou com mais uma “marcha forçada” de 15 quilómetros em direção à Covilhã. Antes da paragem final, o grupo, visivelmente cansado, passou pelo recinto da Feira de São Tiago, na noite em que atuou o cantor Tony Carreira.

Depois de mais dez flexões, “para a despedida”, Carlos Fernandes, comandante, disse aos jogadores que têm agora nos militares “adeptos fervorosos” e alertou para a necessidade de reagir nos maus momentos.

“A competição é feita de bons e de maus momentos. Nos bons, está tudo bem e esquece-se rápido. Os maus vão-vos exigir respostas rápidas. Têm de estar concentrados, principalmente nos maus momentos”, sublinhou o comandante, que se preocupou em preparar uma jornada que trabalhasse a “união e coesão”.

Mais que a resistência e a capacidade física, o objetivo é criar situações em que seja “exigido espírito de união, de sacrifício, camaradagem, alicerçados em disciplina e rigor, aquilo que os pode levar ao êxito”, disse Carlos Fernandes, em declarações à agência Lusa.

Francisco Chaló, o treinador, considera essas caraterísticas “fatores determinantes para uma época tão longa”.

O técnico, que repetiu a fórmula pela terceira vez, embora em moldes diferentes, diz que o treino feito com os militares, que testa os limites físicos e psicológicos dos jogadores, lhe permite tirar conclusões sobre até onde podem ir alguns atletas.

“A maior parte dos indicadores deste dia são indicadores que vão porfiando durante a época. Por exemplo, sobre a capacidade de alguns atletas ultrapassarem o limiar do cansaço”, sublinha Chaló, à agência Lusa.

Zé Tiago, médio que repete a experiência, confessa que após uma noite e dia “divertidos, mas muito cansativos”, o único pensamento é ir dormir, mas realça que o que lhes foi exigido vai ser-lhes útil em campo.

“Foi mais um passo para nos tornar uma equipa, mas isso vai-se construindo ao longo do tempo”, disse à Lusa.

Zé Pedro, reforço serrano, participou pela primeira vez num treino militar, que considera “muito duro e benéfico” para a equipa.

“Ganhámos união, conhecimento que temos uns dos outros, ajudou-nos a integrar, para além de a equipa ganhar uma condição física melhor”, realça o central.

Para Xeka o desafio mostrou que o grupo soube superar os obstáculos. “Rumámos todos para o mesmo lado”, vinca o médio, satisfeito por finalmente ir descansar algumas horas, antes de os “leões da serra” defrontarem, o Paços de Ferreira, em Seia.


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