A Unidade Local de Saúde da Guarda esclareceu hoje que 15 diretores de serviço na área hospitalar exercem “as normais funções”, que em outros serviços alguns concursos ficaram desertos e que decorrem procedimentos para diretor de departamento.
O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, João Barranca, emitiu hoje um comunicado sobre o assunto, após a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) ter alertado a ministra da Saúde para as “graves consequências” decorrentes da falta de nomeação dos diretores de serviço daquela unidade.
Segundo a nota da ULS enviada à agência Lusa, neste momento há 15 diretores de Serviço na área hospitalar “a exercer as normais funções”, em Pneumologia, Dermatologia, Medicina Física e Reabilitação, Medicina Interna, Otorrinolaringologia, Reumatologia, Neurologia, Psiquiatria, Ginecologia/Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia, Pediatria, Medicina Intensiva, Ortopedia e Cirurgia.
“Noutros serviços, permanecendo a direção, foram abertos concursos, tendo alguns ficado desertos”, acrescentou a fonte, explicando que a situação se aplica aos serviços de Anestesiologia e de Ortopedia (direção assumida pela diretora clínica).
Nos concursos para diretor do Serviço de Cardiologia concorreram dois candidatos e o procedimento está em fase de análise curricular, o mesmo acontecendo com os serviços de Pediatria, Medicina Intensiva e Cirurgia.
Já sobre o concurso para diretor do serviço de Oftalmologia, a ULS adiantou que concorreu um candidato e o procedimento está em fase de análise curricular, sendo que, “após demissão e rescisão de contrato, o serviço é coordenado pela direção clínica”.
A ULS da Guarda informou, ainda, que tem a decorrer procedimentos para os cargos de diretor dos Departamentos de Medicina (concurso ficou deserto de candidatos) e de Cirurgia (dois candidatos, o procedimento está em fase de análise curricular).
O diretor do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança foi nomeado no dia 29 de dezembro de 2021.
Na nota enviada à Lusa, a fonte também esclareceu que “o cargo de Diretor de Serviço decorre de uma Manifestação Individual de Interesse” e “não é de caráter obrigatório”.
A SRCOM adiantou, na quinta-feira, que escreveu uma carta à ministra Marta Temido a alertar para uma situação “que se arrasta há demasiado tempo” e da qual resultam “graves consequências sobre a organização hospitalar e os cuidados de saúde prestados” na ULS da Guarda.
Na carta, a Ordem dos Médicos alertou para a “situação real” do Hospital de Sousa Martins.
No total, segundo a SRCOM, são 16 serviços hospitalares da ULS da Guarda “com atrasos incompreensíveis nas nomeações dos diretores”, resultando “em falta de planeamento dos cuidados de saúde a levar a cabo aos utentes, indefinição da organização na prestação de cuidados de saúde, entre muitas outras competências e atribuições inerentes a este cargo”.