UBI, UpHill e o grupo Luz Saúde desenvolvem projeto para otimizar percursos clínicos

No âmbito do “addPath” deverá ser criada uma tecnologia que funcionará como um GPS para guiar cuidados de saúde que os profissionais devem seguir.

A Universidade da Beira Interior (UBI), a empresa UpHill e o grupo Luz Saúde vão desenvolver em conjunto o projeto ‘addPath’, que se destina a otimizar os percursos clínicos (‘clinical pathways’) e melhorar a prestação de cuidados de saúde.

O projeto tem garantido o financiamento de um milhão de euros, através do programa +CO3SO, no âmbito do quadro comunitário de apoio Portugal 2020, e visa desenvolver uma solução que recorre à inteligência artificial para promover a adesão dos profissionais de saúde às melhores práticas e garantir que todos os doentes são tratados de acordo com a melhor evidência científica e, consequentemente, assegurar maior segurança e melhores resultados.

No âmbito do “addPath” deverá ser criada uma tecnologia que funcionará como um GPS para guiar cuidados de saúde que os profissionais devem seguir.

Apesar de alguns esforços e da relação existente entre a adesão às melhores práticas e os resultados positivos expressa em diversos estudos, persistem alguns desafios no que diz respeito à transposição de evidência científica para a prestação efetiva de cuidados, situação que este projeto pretende mitigar.

“A decisão clínica estará sempre rodeada de algum grau de incerteza, que pode ser de natureza técnica, pessoal ou conceptual. Não obstante, é possível mitigar a incerteza técnica e conceptual ao disponibilizar – no tempo e espaço em que a decisão clínica acontece – informação detalhada, atualizada, multidimensional e confiável, relacionada com a abordagem à doença ou síndrome em causa”, explica Eduardo Freire Rodrigues, cofundador da UpHill.

A vice-reitora da UBI para a Investigação, Inovação e Desenvolvimento, Sílvia Socorro, considera que “este é um projeto da máxima relevância pelo impacto que pode ter na melhoria da decisão clínica, quer para os profissionais de saúde, que melhoram a eficácia do seu desempenho, quer para os doentes que beneficiam da otimização das decisões adequadas à melhor resolução dos seus problemas de saúde”. Acrescenta ainda que o “addPath e a capacidade de inovação que lhe está associada estão em linha com os mais recentes avanços a nível internacional nesta área, esperando-se assim resultados muito promissores”.

Quanto a Filipe Costa, do Grupo Luz Saúde, lembra o projeto de ‘Value based Healthcare’ (VBHC – saúde baseada no valor), que pretende melhorar a cadeia de valor ao longo de todo o ciclo de cuidados. “Para implementar esta visão é essencial dotar as equipas de instrumentos que potenciem a efetividade da decisão clínica. O conceito de VBHC em que estas iniciativas se baseiam tem repercussão tanto em termos de resultados para os doentes, como na redução da variabilidade da prestação de cuidados e, consequentemente, um grande impacto nos custos das unidades de saúde”, diz.


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