Tratar doenças cardiovasculares com a impressão de órgãos no IPG

Utilizam materiais naturais, têm como princípio a capacitação da bioimpressão e trabalham de forma colaborativa na aplicação da impressão 3D. Eis um projeto que poderá revolucionar o setor da saúde

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Hidrogel para regeneração do tecido cardíaco, estruturas vasculares para substituir vasos sanguíneos e ainda lentes de contacto com medicamentos para tratamento de patologias oculares são algumas das atividades que estão em desenvolvimento no Instituto Politécnico da Guarda (IPG).

A iniciativa surge no âmbito do projeto BioimpACE, que junta investigadores portugueses e espanhóis da área da medicina regenerativa e personalizada. Tem como princípio a capacitação da bioimpressão. Os investigadores trabalham de forma colaborativa na aplicação da impressão 3D com a utilização de materiais naturais/biomateriais, combinados com células, permitindo o princípio da impressão conjunta ou da coimpressão de material e células.

A vantagem, segundo Paula Coutinho, investigadora e responsável do projeto no IPG, é “conseguir uma estrutura ou diferentes tipos de estruturas que tenham melhores características biológicas pelos materiais que selecionamos ou pelo comportamento físico-químico e mecânico para conseguirem desempenhar a sua função no nosso organismo e também serem capazes de integrarem essas células e depois conseguirem reparar tecidos lesados”, explica.

O projeto envolve três atividades. A primeira, segundo o investigador Jorge Loureiro, passa pela produção de um hidrogel para a regeneração do tecido cardíaco. Utilizam materiais e células que depois terão a capacidade de se diferenciar e regenerar o tecido cardíaco lesado, como por exemplo após um enfarte do miocárdio. “Aqui existe uma parte do tecido ou do músculo cardíaco que perde função. As células deixam de receber nutrientes, oxigénio. As outras células que estão à volta da zona que sofreram lesão mantêm atividade, mas não têm a capacidade de regenerar toda a zona que foi lesada. Se implantarmos aí um hidrogel, que funciona como um adesivo, vamos colocar o material nessa zona onde está a lesão com células que têm capacidade de receber estímulos das células normais que não sofreram lesão.


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