Trabalhadores da cozinha da Unidade Local de Saúde da Guarda em greve por melhores condições

Catorze dos 18 funcionários da cozinha da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda estão hoje em greve por melhores condições de trabalho naquele espaço que funciona em instalações provisórias há mais de um ano e meio.

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro para denunciar as deficientes condições de trabalho na cozinha que serve o hospital da Guarda, segundo o dirigente Afonso Figueiredo.

“Desde maio de 2013 que a cozinha do hospital foi encerrada. Os trabalhadores da empresa concessionária estiverem a confecionar na cozinha do Instituto de Emprego e Formação Profissional desde maio até agosto de 2013. Depois, a cozinha foi instalada em contentores”, explicou o sindicalista.

Afonso Figueiredo disse que a cozinha provisória “não tem espaço” para os funcionários [da empresa concessionária e da ULS] laborarem no seu interior onde “têm que pedir licença uns aos outros para poderem trabalhar”.

Em relação às condições de higiene e segurança, segundo o sindicato, os funcionários “não têm cacifo para guardar os pertences”, utilizam uma casa de banho “minúscula” e o chão das instalações “não é antiderrapante”.

“Por muito que estes trabalhadores se esforcem, é natural que a qualidade da alimentação esteja comprometida quando chega aos doentes e aos funcionários do hospital”, vaticina Afonso Figueiredo.

Os trabalhadores em greve e dirigentes sindicais participaram hoje em uma manifestação realizada junto da entrada do hospital e da sede da ULS da Guarda.

Os manifestantes não foram recebidos pela administração da ULS, mas o seu presidente, Vasco Lino, disse aos jornalistas que já tinha respondido por correio eletrónico às suas reclamações.

O responsável rejeitou que a cozinha provisória não reúna condições de trabalho, apontando que os contentores “foram feitos para aquele fim e são acompanhados pelas autoridades” de saúde pública e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

“Estes contentores são feitos especificamente para esta área da cozinha”, sublinhou Vasco Lino, indicando que, em breve, a unidade será aumentada com mais dois contentores.

Futuramente, segundo o responsável, a cozinha da ULS/Guarda será instalada no edifício do conhecido “Pavilhão 5”, onde funcionaram as urgências até à entrada ao serviço do novo pavilhão hospitalar.

O concurso público para construção da cobertura do edifício já foi publicado, seguindo-se “um outro para a requalificação interior”, estando prevista “a construção de uma cozinha” que substituirá aquela que está atualmente em contentores, referiu Vasco Lino.

A greve de hoje dos trabalhadores da cozinha da ULS da Guarda começou às 6h30 e termina pelas 19h30, mas não compromete o fornecimento de refeições no hospital por estarem assegurados os serviços mínimos.


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