Testes diagnóstico a 30 mil alunos do ensino básico começam hoje

A ideia é avaliar as aprendizagens dos alunos do 3.º, 6.º e 9.º ano tendo em conta a situação excecional que se viveu desde março do ano passado.

Cerca de 30 mil alunos de mais de 1.400 escolas de todo o país vão realizar testes de diagnóstico, entre hoje e o final do mês, para aferir o que aprenderam durante a pandemia de covid-19.

A ideia é avaliar as aprendizagens dos alunos do 3.º, 6.º e 9.º ano tendo em conta a situação excecional que se viveu desde março do ano passado, quando as aulas presenciais foram suspensas e substituídas pelo ensino à distância.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) desenhou um conjunto de tarefas que permitem avaliar os conhecimentos dos estudantes em literacias científicas, matemáticas, leitura e informação.

As provas serão feitas em suporte eletrónico entre hoje e 22 de janeiro. No total, serão 1.247 escolas públicas e 102 colégios de Portugal continental assim como 79 escolas madeirenses e açorianas.

Mas há estabelecimentos de ensino que ainda não sabem quando os seus alunos irão participar, porque aguardam a confirmação do IAVE.

O Agrupamento de Escolas da Quarteira, por exemplo, apresentou três datas possíveis para cada turma poder realizar os testes, mas ainda não obteve qualquer resposta: “Ainda não sabemos quando é que os nossos alunos vão fazer as provas, porque o IAVE ainda não validou as datas”, disse à Lusa a diretora do agrupamento.

Conceição Bernardes explicou que só em dezembro foram informados pelo IAVE que faziam parte do lote de escolas que iria realizar os testes de diagnóstico.

“A 16 de dezembro recebemos uma comunicação a indicar que seriam os alunos do 3.º, 6.º e 9.º anos a fazer as provas e qual a plataforma onde teríamos de introduzir toda a informação”, explicou.

Três dias antes do natal, a 22 de dezembro, a escola soube quais as turmas selecionadas: “Foi com surpresa que percebemos que quase todas iriam fazer as provas”, contou à Lusa, explicando que o agrupamento tem 19 turmas de 3.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade e apenas cinco ficaram de fora.

Para a diretora, o processo está “bem organizado”, as informações são “objetivas e facilmente entendíveis”, mas a informação deveria ter chegado mais cedo às escolas.

Conceição Bernardes salientou que nestes processos “é preciso avisar os pais” e preparar a parte logística, que vai desde atribuir vigilantes para os testes até arranjar salas para que todos possam fazer o teste.

Apesar de ainda não saber quando irão fazer as provas, Conceição Bernardes explicou à Lusa como se irá processar: “Os alunos vão realizar três tarefas, cada uma com uma duração de 30 minutos, tendo dois intervalos. No final, têm um questionário de contexto que demora no máximo 20 minutos. Tudo isto é feito em suporte digital”.

Os questionários de contexto serão feitos a alunos e professores para que possa ser possível perceber o contexto em que as aprendizagens decorreram, quais as condições disponibilizadas pelas escolas e o ambiente familiar e percurso escolar do aluno.

Pretende-se ainda encontrar as formas de ensinar que se revelaram eficazes e quais as estratégias de avaliação usadas pelos professores.

Segundo o IAVE, os relatórios de resultados serão realizados durante o segundo período para permitir “a implementação das medidas consideradas necessárias para colmatar os eventuais défices de aprendizagem”.

Serão realizados relatórios para cada uma das escolas envolvidas no estudo mas também um relatório nacional sobre as competências evidenciadas pelos alunos.


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