Sindicatos e movimentos lançam abaixo-assinado pela defesa da maternidade da Guarda

Para além da União dos Sindicatos, afeta à CGTP, a iniciativa envolve os movimentos “Pela Saúde Não se aGuarda!” e de “Defesa dos Serviços Públicos Guarda”.

A União de Sindicatos da Guarda e dois movimentos de cidadãos lançaram ontem, dia 17 de janeiro, um abaixo-assinado para recolha de assinaturas pela manutenção da maternidade do Hospital Sousa Martins e pela defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).


A recolha de assinaturas vai ser feita até meados do mês de fevereiro, nos 14 concelhos do distrito da Guarda, que são servidos pelo Hospital Sousa Martins.


Para além da União dos Sindicatos, afeta à CGTP, a iniciativa envolve os movimentos “Pela Saúde Não se aGuarda!” e de “Defesa dos Serviços Públicos Guarda”.


Para o assunto ser discutido na Assembleia da República será necessário recolher cerca de 4.500 assinaturas, segundo o coordenador da União de Sindicatos da Guarda, Pedro Branquinho.


O responsável explicou ontem em conferência de imprensa que com o abaixo-assinado os seus promotores associam-se à defesa da manutenção da maternidade local e do SNS, numa altura em que se aguarda pelo resultado final da proposta da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos para criação da rede de referenciação hospitalar em saúde materna e infantil.


“Este abaixo-assinado chama a atenção para os problemas que hoje temos no distrito e no concelho [da Guarda] em relação à qualidade do serviço que é prestado. Vamos dar início a esta recolha, envolvendo todas as camadas da população, para que nos ajudem a manter a maternidade aberta no nosso distrito, mas, também, que possamos reforçar algumas especialidades médicas que carecem de médicos e especialistas e que põem em causa o funcionamento do hospital e a qualidade do serviço que é prestado”, disse.


Sílvia Massano, do movimento “Pela Saúde Não se aGuarda!”, apontou que a possibilidade de a maternidade da Guarda fechar nunca devia ter sido colocada.


“Nós não sabemos, pelo menos não chegou ao conhecimento do movimento, se efetivamente a maternidade irá fechar ou não. Esperemos que não. Logicamente, que esperemos que não, mas queremos deixar ficar aqui uma marcação de posição da nossa parte, da parte de todos os movimentos que, se em situação futura, se isso sequer voltar a ser questão, nós estaremos cá outra vez, para manifestar a nossa indignação e a nossa posição contra esse assunto”, declarou.


Por sua vez, Anabela Gonçalves, do mesmo movimento, apontou que se o Governo recuar no fecho da maternidade da Guarda, o que “faz todo o sentido”, existem outros serviços hospitalares locais que estão “completamente em decadência”, como oftalmologia, ortopedia, cirurgia, dermatologia e cardiologia e os utentes são encaminhados para localidades como Viseu e Covilhã.


Já Catarina Costa, do movimento de “Defesa dos Serviços Públicos da Guarda”, lembrou que “a história recente” relacionada com o combate à pandemia mostrou que “só o reforço do SNS consegue responder às necessidades da população”.


O abaixo-assinado que teve como primeiros subscritores os quatro elementos presentes na conferência de imprensa (da União de Sindicatos da Guarda e dos dois movimentos de cidadãos) é dirigido ao ministro da Saúde, aos grupos parlamentares da Assembleia da República, aos deputados eleitos pelo círculo eleitoral da Guarda e ao Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde.


No documento, refere-se que a população do distrito “não pode ser discriminada em relação ao país” e os subscritores nunca aceitarão “a previsão do encerramento da maternidade quando há obra com o investimento de mais de oito milhões de euros para a requalificação do ‘pavilhão 5’ para a instalação do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança”.


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