PRR: Verba para reabilitar muralhas não resolve totalidade dos problemas do castelo de Pinhel

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Rui Ventura transmitiu à diretora regional da Cultura do Centro que aguarda por verbas do PRR para obras nas duas torres do castelo, dado que o monumento “é o ícone de Pinhel”.

O presidente da Câmara de Pinhel, Rui Ventura, considerou hoje gratificante a atribuição de verbas para o projeto de reabilitação das muralhas do castelo da cidade, mas referiu que ficam por resolver outros problemas no monumento.

“Para nós [Câmara Municipal], é sempre gratificante termos aprovado um valor no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para este efeito, até porque necessitamos. Identificámos esse problema, foi correspondido e estamos satisfeitos”, disse hoje Rui Ventura à agência Lusa.

O autarca lembrou que o mau tempo originou uma derrocada na muralha e o problema foi logo transmitido ao Ministério da Cultura que atribuiu, na semana passada, a verba de 360 mil euros, através do PRR.

Referiu, no entanto, que o município pretendia ver atribuídas verbas do PRR para obras nas duas torres de menagem do castelo, dado que a torre norte, “que foi intervencionada em tempos”, apresenta “um problema de estabilidade, que já foi identificado há muito tempo”.

Segundo Rui Ventura, foi por esta razão que o município não aceitou a transferência de competências na área da cultura.

“Foi porque entendemos que enquanto não for feita essa intervenção, nós não estamos em condições de receber [as competências na área da cultura], porque vamos ter de investir muito dinheiro. E a Câmara não tem esse dinheiro”, justificou.

Acrescentou que o município investiu em 2022 cerca de 60 mil euros na cobertura das duas torres de menagem e, em 2019, também procedeu à revitalização das muralhas, um investimento na ordem dos 283 mil euros, com a criação do denominado “Caminho da Ronda”, mas ocorreu um desmoronamento que é necessário recuperar.

Rui Ventura transmitiu à diretora regional da Cultura do Centro que aguarda por verbas do PRR para obras nas duas torres do castelo, dado que o monumento “é o ícone de Pinhel”.

A muralha de Pinhel e o “Caminho da Ronda” – situado na parte superior da muralha e que era percorrido por quem tinha o dever de assegurar a defesa – são datados dos séculos XIII/XIV.

Segundo a autarquia, a muralha da cidade, com 740 metros de perímetro, “pode ser designada de cerca urbana, dado que protegia, não só o castelo, mas também a antiga vila”.

A muralha estava aberta em seis portas: Porta da Vila (que desapareceu), Porta de São Tiago, Porta de São João, Porta de Marrocos, Porta de Alvacar e Porta de Marialva.

O Ministério da Cultura revelou, na semana passada, que a reprogramação do PRR para o Património Cultural prevê mais 40 milhões de euros de investimento e intervenções em 29 monumentos, sítios arqueológicos e museus.

Segundo o Ministério da Cultura, os 40 milhões de euros que resultam da reprogramação juntam-se aos 150 milhões inicialmente previstos para a reabilitação do património cultural e as novas 29 intervenções acrescem às 49 já programadas.

Neste conjunto de novos investimentos para a Região Centro, para além do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, destacam-se a resolução dos problemas críticos das Muralhas de Castelo Mendo (Almeida), do Abrigo do Lagar Velho (Leiria), do Castelo e Muralhas de Trancoso, das Muralhas de Pinhel, da Sé de Viseu e da Igreja de Almedina (Coimbra).


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