Prejuízos dos fogos na Guarda identificados “num prazo muito curto”

Eduardo Cabrita considera ainda que é preciso “manifestar solidariedade, responder à emergência, mas olhar para o futuro”.

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, disse ontem que o Governo está a trabalhar para que “num prazo muito curto” seja possível identificar todos os prejuízos causados pelos incêndios rurais que afetaram a região da Guarda.

“Estamos a trabalhar já com os municípios, com as Juntas de Freguesia, para que num prazo muito curto seja possível identificar todos os prejuízos em residências, com absoluta prioridade para a recuperação de primeiras residências, os prejuízos em equipamentos municipais de natureza muito variada, condutas de água, estradas e caminhos municipais, sinalética, isto é, equipamentos públicos que importará rapidamente recolocar ao serviço das populações”, disse.

Eduardo Cabrita, que falava aos jornalistas no final de uma reunião realizada nos Paços do Concelho da Guarda com autarcas dos municípios de Guarda e Sabugal, que foram afetados pelos incêndios que deflagraram no domingo e na segunda-feira, acrescentou que também serão identificados “os danos económicos” originados pela “situação de calamidade”.

“Danos económicos quer nas atividades agrícolas e florestais, quer em empresas que veem a sua atividade seriamente afetada”, acrescentou.

Segundo o governante, o levantamento será feito “com a colaboração muito ativa de todos os municípios, com a participação da Comissão de Coordenação Regional [do Centro], da Unidade de Missão para o Interior. Será feito, esperamos, nas próximas três semanas e permitirá agilizar o apoio, o ressarcimento dos prejuízos efetuados”.

O ministro Adjunto disse ainda que teve oportunidade, em Gouveia e Seia, de “encontrar vítimas de danos económicos muitos significativos, pessoas que tiveram as suas habitações destruídas ou as suas empresas seriamente afetadas” pelos incêndios.

Eduardo Cabrita disse aos jornalistas que ficou “muito impressionado” com aquilo que viu hoje “de Penacova até aqui à Guarda”.
“Há, de facto, uma dimensão muito significativa em todo este eixo do interior do distrito de Coimbra e do distrito da Guarda de danos profundos e isso valoriza-nos, antes de mais, para valorizar este esforço de solidariedade de todas a instituições ao longo destes dias”, sublinhou.

Referiu que o que viu apela à mobilização “de todos os esforços, para já na recuperação, no ressarcimento destes prejuízos, mas essencialmente para trabalhar decididamente para que a articulação entre prevenção e combate a incêndios seja profunda e efetiva” e que as conclusões do relatório da comissão técnica independente “sejam transformados em ação com a máxima celeridade”.

Eduardo Cabrita considera ainda que é preciso “manifestar solidariedade, responder à emergência, mas olhar para o futuro”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e quinta-feira.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.


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