Portugal e Espanha ratificam boas relações com uma dezena de acordos

Segundo fontes dos dois executivos, serão assinados mais de uma dezena de memorandos nesta cimeira, em áreas relacionadas com a cultura, coesão territorial, educação, saúde, ciência ou ensino superior, entre outros.

O Governo português destaca o referente à programação cultural cruzada entre Portugal e Espanha, que será dedicada aos 50 anos da democracia, com o objetivo de realçar o contributo dos agentes culturais nos processos de transição democrática dos dois países ibéricos em 1974 e 1975.

Dentro da estratégia transfronteiriça, anunciada na cimeira de 2020, na Guarda, serão assinados acordos relativos a uma agenda cultural que contempla cerca de 40 atividades este ano; ao projeto das escolas bilingues e interculturais; a um programa de revitalização de aldeias ou à iniciativa “campus rural” universitário, que prevê a realização de estágios e trabalhos de investigação em pequenos municípios.

Da 34.ª cimeira ibérica sairá ainda, como habitualmente, uma declaração conjunta que deverá refletir as “relações excelentes” entre os dois países e o alinhamento em temas internacionais, sobretudo, no quadro europeu, segundo fontes do executivo espanhol.

A cimeira arranca formalmente às 09:00, com uma cerimónia de boas-vindas, que inclui honras militares.

Segue-se o encontro entre os líderes dos dois governos e as reuniões setoriais entre ministros, antes da sessão plenária da cimeira.

António Costa está em Lanzarote com dez ministros e Pedro Sánchez com nove, das pastas dos Negócios Estrangeiros, Trabalho, Coesão Social, Educação, Ciência e Ensino Superior, Ambiente, Saúde, Cultura, Infraestruturas e Justiça.

A cimeira terminará com a assinatura dos memorandos e uma conferência de imprensa de António Costa e Pedro Sánchez, prevista para o final da manhã.

Apesar de os trabalhos oficiais da cimeira decorrerem hoje, o encontro entre os dois governos arrancou na terça-feira à tarde, com uma visita de Costa e Sánchez à casa de Lanzarote onde viveu o escritor português José Saramago, sem declarações aos jornalistas, a que se seguiu um jantar de trabalho das duas delegações.

A 34.ª cimeira Luso Espanhola ocorre apenas quatro meses depois da anterior, em novembro, em Viana do Castelo, por causa da agenda interna de Espanha neste ano, com eleições regionais e municipais em 28 de maio, legislativas gerais em dezembro e a presidência do Conselho União Europeia (UE) no segundo semestre.

Em relação às questões europeias, os dois governos destacam o alinhamento em matérias como a governação económica ou energia, área em que realçam o “mecanismo ibérico” para limitar o preço do gás usado para produzir eletricidade e o projeto dos gasodutos para transportar hidrogénio entre a Península Ibérica e França (H2MED).


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