Portal SmartFarmer Beira Interior quer aproximar produtores e consumidores

Prevê-se que utilizando a plataforma, as IPSS e as Misericórdias resolvem o problema de poderem comprar produtos localmente, no âmbito da denominada “restauração coletiva”.

O portal SmartFarmer Beira Interior, que foi apresentado, na quarta-feira, no Instituto Politécnico da Guarda, pretende aproximar produtores agroalimentares e consumidores, e promover iniciativas de comércio solidário nos distritos da Guarda e de Castelo Branco.

O projeto, apoiado por fundos comunitários, é promovido numa parceria que envolve a Organização Não Governamental para o Desenvolvimento OIKOS e os Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco.
Segundo João Fernandes, presidente da OIKOS, a plataforma tem uma aplicação para a internet e duas para telemóveis, e envolve associações de agricultores das regiões abrangidas.

“Aquilo que o SmartFarmer vem garantir é exatamente um sistema de agregação com recurso à tecnologia, que permite agregar pequenas quantidades, que permite estabelecer acordos com as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e as Misericórdias, de regularidade no abastecimento [de produtos agro-alimentares]”, disse o responsável.

João Fernandes explicou que utilizando a plataforma, as IPSS e as Misericórdias resolvem o problema de poderem comprar produtos localmente, no âmbito da denominada “restauração coletiva”.

“Há boas indicações quer por parte dos produtores, quer por parte dos consumidores. Estamos conscientes de que o projeto é muito válido, na medida em que, por exemplo, já foi reconhecido como uma boa prática pela própria União Europeia”, disse.

O presidente da OIKOS vaticina que, no primeiro trimestre do próximo ano, haverá já “uma velocidade de cruzeiro”, na Beira Interior, “em termos da plataforma Smart Farmer”.

“Há aqui algo de relevante que é, de alguma forma, potenciar os agricultores, potenciar a produção alimentar e criar condições para que ela chegue com maior facilidade ao consumidor final”, disse vice-presidente do IPG, Gonçalo Poeta.

Gonçalo Poeta considera ainda que o projeto, apoiado por fundos europeus em cerca de 150 mil euros, abre “possibilidades de rentabilizar a agricultura como atividade, de potenciar novos empreendedores, criar novas iniciativas capaz de acolher gente que goste da atividade, mas que reveja neste próprio modelo um valor para os produtos que vai desenvolvendo”.

Regina Viera, professora do Instituto Politécnico de Castelo Branco, referiu que a equipa de investigadores associados ao projeto pretende promover o portal eletrónico no território, aproximando-o dos produtores e dos consumidores, “focalizando-o sobretudo nas instituições sociais que têm serviço de restauração”.

“Consideramos, por um trabalho que já fizemos prévio, que tem um potencial de desenvolvimento da economia local, sobretudo em termos de utilização de produtos locais nas ementas, sobretudo de respostas sociais para pessoas idosas”, disse.

O projeto, iniciado em setembro de 2017, envolve outras entidades, como a Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha e a Associação Empresarial do Sabugal.


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