O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo recebeu ontem o título honorário de especialista pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG), pela “forma exemplar” como desempenhou a missão de coordenador da ‘task-force’ da vacinação contra a covid-19.
O IPG, presidido por Joaquim Brigas, entregou a Gouveia e Melo o título de “Especialista ‘Honoris Causa’” pela sua dedicação e “exemplar espírito de missão” ao comando da ‘task-force’ da vacinação contra a covid-19, numa cerimónia realizada no auditório dos Serviços Centrais da instituição.
Segundo Joaquim Brigas, o vice-almirante “é um exemplo de liderança e de competência no seu trabalho, tendo correspondido da melhor forma a uma missão de extrema delicadeza e importância para as vidas dos seus concidadãos”.
Referiu que “ao comando da ‘task-force’ organizou e pôs em marcha toda a logística do processo nacional de vacinação contra a pandemia da covid-19 e tornou Portugal, nos primeiros dias deste mês de setembro, no país do mundo com maior taxa de vacinação completa, 85%”.
“Esta cerimónia serve, por isso, e em primeiro lugar, para nos congratularmos com este resultado e para lhe expressarmos o nosso reconhecimento coletivo pela forma exemplar como soube desempenhar e comunicar a sua missão”, afirmou.
Joaquim Brigas disse, ainda, que a cerimónia servia para chamar a atenção da comunidade académica do IPG – que possui quatro escolas superiores – “para o exemplo e para o significado académico que o desempenho do senhor vice-almirante pode, e deve ter, para todos”.
“Se há uma lição que importa reter pelas escolas do IPG, é que as decisões e as operações organizadas com base no conhecimento, no planeamento, na avaliação de riscos e na ponderação sistemática da intervenção de fatores internos e externos, têm maior probabilidade de ter sucesso”, justificou.
Na mesma cerimónia, Fernando Carvalho Rodrigues, presidente do Conselho Geral do IPG, afirmou que o vice-almirante é “um homem de ciência, porque tem um conhecimento estruturado no conhecimento e na ação”.
“É um homem de arte, porque tem a técnica de influenciar”, acrescentou, considerando, ainda, que “é um especialista, conhecedor profundo, ator de ação confiante, com o talento supremo de olhar para o todo e o conduzir em ação e filosofia da humildade, do trabalho, e segurança da liderança”.
O vice-almirante Gouveia e Melo não falou na cerimónia, mas à chegada ao IPG, questionado pelos jornalistas, disse que estava “feliz” na cidade mais alta do país e que se sentia “honrado” com esta distinção, assim como “com todas as distinções” atribuídas.
Quanto à questão sobre a polémica relativa à chefia do Estado-Maior da Armada, disse que não fazia comentários.
Na terça-feira à noite, fontes ligadas à Defesa Nacional disseram à agência Lusa que o Governo iria propor ao Presidente da República a exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Mendes Calado, cargo que ocupa desde 2018, tendo sido reconduzido para mais dois anos de mandato com início em março deste ano.
A agência Lusa noticiou também que o vice-almirante Gouveia e Melo era o nome que o Governo iria propor para substituir o atual chefe do Estado-Maior da Armada.
Na quarta-feira, na sequência da publicação destas notícias, o Presidente da República afirmou que a saída do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante António Mendes Calado, antes do fim do mandato está acertada, mas não acontecerá agora, escusando-se a adiantar qual será a data.