Plataforma da A23 e A25 reafirma “suspensão imediata” do pagamento de portagens no Interior

Segundo a Plataforma P’la Reposição das SCUT (Portagens Sem Custos para o Utilizador) na A23 e A25 a nota “insere-se na linha da propaganda” e justifica “algumas precisões”, que aponta.

A Plataforma P’la Reposição das SCUT A23 e A25 reagiu às declarações do Governo sobre poupanças dos portugueses com descontos nas ex-SCUT e continua a defender a “suspensão imediata do pagamento das portagens” no Interior do país.

Em comunicado hoje divulgado, a plataforma lembra que o Governo, em nota conjunta dos ministérios das Infraestruturas e da Coesão Territorial, disse que “os condutores portugueses pouparam 44,4 milhões de euros em seis meses, graças aos descontos de 50% que estão a ser aplicados nas ex-SCUT”.

Segundo a Plataforma P’la Reposição das SCUT (Portagens Sem Custos para o Utilizador) na A23 e A25 a nota “insere-se na linha da propaganda” e justifica “algumas precisões”, que aponta.

“A redução no preço das portagens não foi de 50%, mas de cerca de 30%, como sempre denunciámos. Assim, o Governo, ao persistir em falar em 50% continua a faltar à verdade e tenta esconder o desrespeito que teve para com a Assembleia da República que, na especialidade, aprovou uma redução de 50% sobre os preços de 2020 e não e não sobre os preços de 2011”, esclarece.

A nota de esclarecimento acrescenta que “não é, assim, aceitável falar de uma redução que não é real, procurando, como habitualmente faz, passar a ideia de que foi ele [Governo] quem procedeu à redução quando, como se sabe, foi obrigado, já que esteve contra essa redução e tudo fez para a não aplicar”.

Refere, ainda, que “uma redução (mesmo sendo de 30% e não de 50%, como diz o Governo) teria de trazer redução de custos para os utilizadores”.

“No entanto, a pretensa poupança de milhões por parte dos portugueses que utilizam as ex-SCUT é absolutamente falaciosa pois, dando valores globais como título de notícia, procura impressionar quando, ao ler-se a nota se verifica que as ex-SCUT do Litoral foram aquelas onde a pretensa poupança foi maior, razão por que o Governo não fala da A23 e não fala da A25 na parte relativa ao Interior do país e quando fala da A24 (Trás-os-Montes) é para confirmar que a chamada poupança foi residual”, lê-se.

No comunicado refere-se também que a nota “não responde à questão central que as portagens colocam e que é também reconhecida por vários membros do Governo: a urgência em acabar com este enorme custo de contexto que, não sendo o único, trava o desenvolvimento económico e social do Interior”.

A Plataforma espera que a informação do Governo “não seja a forma encontrada” pelos ministros respetivos “de responder às propostas há muito” apresentadas: “suspensão imediata do pagamento das portagens no Interior” e “operacionalização da completa reposição das SCUT nestas vias”, no Orçamento do Estado 2023.

“O atraso económico e social do Interior, a pandemia, o aumento do custo de vida e os incêndios que assolaram o Interior do país, em particular a serra da Estrela e, o estado de calamidade decretado, justificam plenamente a sensibilização para as nossas propostas”, referiu.

Os subscritores querem “acreditar que o Governo não descura a importância do diálogo e da negociação”, aguardando que os titulares das Infraestruturas e da Coesão Territorial “respondam rápida e positivamente ao pedido de reunião” formulado.

A Plataforma P’la Reposição das SCUTs nas autoestradas A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda – a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.


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