O município de Pinhel vai desligar a iluminação decorativa da cidade, considerada “iluminação pública não essencial” e que “não coloca em causa a segurança das pessoas”, para reduzir as despesas com a eletricidade.
A autarquia presidida por Rui Ventura referiu, em comunicado enviado à agência Lusa, que “o aumento das despesas associadas à iluminação pública, consequência da escalada do preço da energia elétrica, levou o município de Pinhel a refletir e ponderar quais as opções que poderiam ajudar a diminuir o valor da fatura mensal de eletricidade”.
“Assim, informamos que a partir de hoje (12 de outubro), a autarquia vai desligar as luzes decorativas da cidade, considerada iluminação pública não essencial, como, por exemplo, as luzes que iluminam as fachadas de edifícios públicos (como a Câmara Municipal), de monumentos (como as Torres do Castelo), entre outros (como a Fonte Cibernética)”.
O presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, afirmou que “os tempos estão muito difíceis” e que é necessário “fazer opções”.
O autarca garantiu que a ação de poupança energética que hoje entra em vigor “não coloca em causa a segurança das pessoas e da cidade” de Pinhel, no distrito da Guarda.
“Para já, vamos pôr em prática esta medida e vamos ver o impacto que vai ter na conta da luz. Se não for suficiente, teremos de pensar em outras medidas, mas, para já, vamos avançar com esta. Tal como nas nossas casas temos de gerir o orçamento familiar e adaptar-nos aos tempos que vivemos, também nas instituições públicas é preciso fazer essa gestão, com mais rigor ainda”, concluiu Rui Ventura, que apelou “à melhor compreensão de todos”.
Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o autarca de Pinhel referiu que o executivo ponderava reduzir o horário da iluminação pública, entre outras medidas, para baixar os custos com a fatura da eletricidade.
“Nós [município de Pinhel] estamos numa situação muito difícil, porque, para terem uma noção, a faturação [mensal] que normalmente era de 30 mil euros – e vou só falar de iluminação pública -, já ascende os 150 mil”, afirmou, então, Rui Ventura.
O autarca lembrou, na ocasião, que a eletricidade continua com o IVA a 23% e o Governo “continua a assobiar para o lado, para este problema gravíssimo, do ponto de vista financeiro para as Câmaras Municipais”.
“Não existe qualquer tipo de ajuda aos municípios relativamente a isto. E é insuportável. E, portanto, os municípios vão ter de tomar uma posição muito clara relativamente àquilo que vão fazer, se vão encerrar ou não equipamentos, se vão desligar ou não mais cedo as luzes”, vincou o autarca social-democrata.
Rui Ventura referiu que, a par dos aumentos da energia, que são “brutais”, o município tem, neste momento, “um grave problema”, que é o facto de não estar a conseguir “entrar para o mercado regulado” de eletricidade.
Lembrou que foi lançado um concurso público internacional para contratação de energia elétrica, que ficou deserto, e outro nacional, em que a empresa concorrente acabou por desistir “tendo em conta a subida de preços”.
Através da Associação de Municípios da Cova da Beira foi feito um concurso para sete municípios e o mesmo “também ficou deserto”.