Nos primeiros sete meses do ano realizaram-se na Guarda 449 testes do pezinho (exames de rastreio feitos nos primeiros dias de vida), ou seja, menos 38 comparativamente ao mesmo período do ano passado, segundo revela o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Se a tendência do distrito é de descida, nem tudo são más notícias, pois de acordo com os mesmos dados, entre janeiro e julho deste ano nasceram em Portugal 47.886 bebés, mais 1.500 que no período homólogo de 2014. Estes números dizem respeito aos testes do pezinho realizados nas maternidades pelo que para o diretor clínico da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS) este suposto decréscimo da natalidade na Guarda «não é preocupante», uma vez que «nas primeiras semanas têm consulta no médico de família e só aí acabam por fazer o rastreio», não entrando estes casos na contabilidade dos dados apresentados.
Gil Barreiros explica esta situação com o facto de no distrito da Guarda os cuidados de saúde serem prestados por uma ULS, pelo que «existe uma complementaridade de cuidados e serviços, é assim que deve ser» e por isso os Centros de Saúde também fazem uma triagem. Outro dos motivos para esta diminuição dos números do rastreio neonatal pode também ficar a dever-se a que na Guarda existem «utentes de diversas etnias, nomeadamente cigana», e «é por vezes mais complicado sensibilizá-los para a necessidade de serem seguidos por um médico e comparecerem nas consultas», acrescenta o responsável.
Independentemente dos motivos, a Guarda destaca-se por ser o distrito com menos nascimentos. Pior só mesmo Bragança, que registou nos primeiros sete meses do ano 351 nascimentos, menos 16 que em 2014. Recorde-se que nesse ano o distrito da Guarda tinha conseguido inverter a tendência de descida do número de recém-nascidos, registando a maternidade da ULS da Guarda 575 nascimentos, mais dez que em 2013. Já em Castelo Branco nasceram mais bebés, entre julho e janeiro registaram-se 583 nascimentos, mais 31 que em igual período de 2014. Lisboa e Porto são naturalmente os distritos que contabilizam mais recém-nascidos, sendo este último aquele onde se verifica um maior aumento (8847, mais 450 do que em 2014), mas é em Lisboa onde continuam a existir mais nascimentos (14017, mais 411 do que no ano passado).
O último ano pode dizer-se que foi um ano positivo no que toca aos dados da taxa de natalidade uma vez que contrariou a tendência de decréscimo que se repetia desde 2011. No entanto, no final de 2014 continuávamos a ser o país com a taxa de natalidade mais baixa da União Europeia, sendo ainda o país onde as mulheres são mães mais tarde.