O presidente da autarquia de Manteigas, José Manuel Biscaia, disse à agência Lusa que o projeto, iniciado em 2008, com recurso a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), deverá estar a “funcionar em pleno no início do próximo ano”.
O Centro de Energia Viva de Montanha, instalado na antiga Fábrica do Rio, junto do rio Zêzere, representa um investimento global de 2,5 milhões de euros e combina várias fontes de energias renováveis.
O edifício está equipado com torres de demonstração de produção de energia eólica, equipamentos demonstrativos do processo de produção de energia solar e uma caldeira de aquecimento a ‘pellets’ transparente.
No mesmo espaço também já se encontra a funcionar uma mini-hídrica, que está a produzir energia elétrica.
“Será um Centro de Ciência Viva” e promoverá a criação de empresas, referiu José Manuel Biscaia.
O Município de Manteigas, a Universidade da Beira Interior (UBI) e a ENERAREA – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior celebraram hoje um protocolo de cooperação para o desenvolvimento e promoção do projeto que será um contributo para que aquela vila da Serra da Estrela, no distrito da Guarda, também seja autossustentável em termos energéticos e potenciada como “Smart City”.
O acordo contempla a elaboração do conceito global do Centro de Energia Viva de Montanha, a colaboração para fixação de empresas no território de Manteigas, a dinamização de projetos de investigação, conhecimento e empreendedorismo e de criação de um observatório suprarregional de ambiente, entre outras valências.
Para o reitor da UBI, António Fidalgo, a iniciativa “tem todos os ingredientes para ser um projeto de sucesso”, admitindo que possa contribuir para inverter a demografia e fixar “gente nova” naquele município da Serra da Estrela.
Na mesma cerimónia, a professora da UBI, Kelly O’Hara, presidente do Departamento de Ciências de Desporto, apresentou o projeto “Serra da Estrela – Energia Viva”, que será dinamizado naquele complexo, dirigido a crianças e jovens, famílias e idosos.
A ideia é “proporcionar aos visitantes uma montanha de experiências” a três níveis: nível micro (salas temáticas de hidrologia, biologia, climatologia, etc.), meso (proporcionar aventuras, por exemplo atravessar o rio ou fazer um abrigo) e macro (experiências orientadas em contexto real de montanha).
“O centro não é para ser estanque, é para ser vivido, é para dar experiência, partilhar com as pessoas a aventura”, disse.