Jovens preferem interior para estudar e trabalhar

Setenta e um por cento dos jovens do interior acham que não têm as mesmas oportunidades que os do Litoral, mas apesar disso preferem o interior para estudar e trabalhar, conclui um estudo realizado pelo projeto “Interior 2.0” e que foi divulgado na semana passada.

No âmbito de um conjunto de debates sobre os problemas dos territórios de baixa densidade na região de Trás-os-Montes, os promotores, a ColorElephant, uma empresa da área das tecnologias, e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) decidiram também auscultar os jovens num inquérito que envolveu 2.500 estudantes de Trás os Montes (70 por cento), Beira Centro (11 por cento), Alentejo (10 por cento) e 9 por cento de outras localidades do interior. «92 por cento da amostra afirma querer continuar a estudar, sendo que 61 por cento pretende formar-se no interior enquanto 39 por cento prefere candidatar-se ao ensino superior no litoral», revelaram os responsáveis do projeto. Já mais de metade dos inquiridos, «54 por cento, quer viver no interior quando começar a trabalhar».

Segundo os autores da iniciativa, o questionário teve como objetivo identificar as preferências destes jovens relativamente às localidades onde habitam e as diferenças com as regiões do litoral. Quando questionados sobre as qualidades do seu local de residência, «62 por cento dos jovens diz que o que mais gostam na sua localidade é a calma, 48 por cento afirma ser a natureza e 47 por cento refere o facto de haver “menos stress”». Contudo, «mais de metade destes jovens (55 por cento) acha que a oferta cultural do interior é insuficiente e 71 por cento considera mesmo não ter as mesmas oportunidades que os jovens que moram no litoral», conclui o estudo. O projeto “Interior 2.0” arrancou em dezembro e terminou no passado 29 de junho com um seminário em Bragança.


Conteúdo Recomendado