Homenagem a Samuel Schwarz no Museu Judaico de Belmonte

Para hoje está previsto o Colóquio “Samuel Schwarz, Cidadão do mundo, Português por opção” e à tarde, será inaugurado o Largo Samuel Schwarz e um elemento escultórico.

Termina hoje, sexta-feira, a Homenagem a Samuel Schwarz, o primeiro filho de um casal da comunidade judaica local, que está a decorrer no Museu Judaico em Belmonte, desde ontem. Às 09h30, está previsto um Colóquio intitulado “Samuel Schwarz, Cidadão do mundo, Português por opção”. À tarde, pelas 15 horas, será inaugurado o Largo Samuel Schwarz e um elemento escultórico. Seguindo-se, às 16 horas, a degustação de produtos Kosher no Museu Judaico.


Recorde-se que Samuel Schwarz nasceu em Zgierz (Polónia) a 12 de fevereiro de 1880, sendo o primeiro filho de um casal da comunidade judaica local. Profissionalmente decidiu percorrer o caminho que o levou à École Supérieure des Mines de Paris, onde obteve o grau de engenheiro, em 1904. Em trabalho, iniciou um ciclo de viagens que o levaram por toda a Europa e até ao Cáucaso e Azerbeijão, passando pela Polónia, Itália, Espanha e, finalmente, Portugal, onde acabou por se fixar.


Em 1914, constituiu família, nascendo em 1915 em Lisboa a única filha do casal. Uma vez em Portugal, Samuel Schwarz e usando o seu equipamento fotográfico e de filmar, captou momentos e lugares significativos, frequentou a comunidade judaica de Lisboa e, necessariamente, começou a trabalhar na sua área profissional.

Trabalhando como engenheiro na região de Vilar Formoso e Belmonte, deparou-se com comunidades esquecidas de judeus – melhor, de ‘cripto-judeus’ ou marranos – que se assumiam como cristãos perante vizinhos e forasteiros, mas que persistiam, havia séculos, no seu culto ancestral, no recato e reserva dos seus lares.


Em 1925, publica o livro “Os cristãos-novos em Portugal no século XX”, livro que dá a conhecer ao mundo a existência de comunidade de Judeus em Belmonte.


Na década de 30 do século XX, já em Lisboa, Samuel Schwarz aprofundou as suas ligações ao país de acolhimento, pedindo e obtendo a naturalização.
Samuel Schwarz morreu em Lisboa, em 1953.


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