Falta de assistência médica avançada poderá estar na origem de morte em Foz Côa

O comandante dos bombeiros de Foz Côa disse hoje ter recebido um alerta via Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), esta madrugada, às 01h36, para um acidente doméstico que ocorreu em Castelo Melhor.

A falta de assistência médica avançada poderá estar na origem da morte de um homem de 73 anos, ocorrida durante a madrugada de hoje, 9 de novembro, em Castelo Melhor, concelho de Vila Nova de Foz Côa, disse à Lusa fonte sindical.


“A falta de suporte de vida originada pela inoperacionalidade da ambulância SIV de Foz Côa [devido à greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar], aliada ao facto da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) estacionada na Guarda não chegar em tempo útil ao local do acidente, impediu a vítima de ter acesso a cuidados de emergência médica avançados”, disse o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro.


A mesma fonte referiu que “a diferença de formação e competências [das tripulações] das ambulâncias dos parceiros e das ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não contribuíram para que a vítima tivesse acesso a cuidados médicos diferenciados”.


O comandante dos bombeiros de Foz Côa, Rui Ramalho, disse hoje ter recebido um alerta via Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), esta madrugada, às 01h36, para um acidente doméstico que ocorreu em Castelo Melhor.


“A ambulância SIV estacionada em Foz Côa também foi acionada, só que não compareceu devido à greve” dos técnicos de emergência pré-hospitalar ao trabalho extraordinário, afirmou o operacional.


De acordo com o comandante, foi acionada a ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) integrada no Posto de Emergência Médica (PEM) do INEM, estacionada no quartel dos bombeiros de Foz Côa.


“Os nossos operacionais deslocaram-se ao local, tendo verificado que se tratava de uma queda da cama de um homem de 73 anos”, frisou Rui Ramalho.


De acordo com o comandante, “de imediato foram efetuadas manobras de reanimação durante cerca de 45 minutos até à chegada ao Serviço de Urgência Básica (SUB) de Foz Côa, onde as manobras foram continuadas, no entanto não surtiram efeito e foi decretado o óbito por um dos médicos de serviço”.


A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Vila Nova de Foz Côa esteve parada desde as 20h00 de terça-feira até às 08h00 de hoje, devido à greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.


“Este é um efeito direto da greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar ao trabalho extraordinário, que é sem termo, até que haja uma resposta do Governo”, referiu na terça-feira à Lusa o sindicalista Rui Lázaro.


Os técnicos de emergência pré-hospitalar iniciaram às 00h00 de terça-feira uma greve ao trabalho suplementar, por tempo indeterminado, a exigir medidas para tornar a carreira mais atrativa.


“Dada a elevada adesão dos técnicos de emergência pré-hospitalar, é pela primeira vez, em 10 anos, que a ambulância SIV de Vila Nova de Foz Côa fica parada”, indicou o dirigente sindical.


A ambulância SIV estacionada na SUB do Centro de Saúde de Foz Côa serve seis concelhos, entre os quais Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, e Foz Côa, Meda e Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, a que se junta o concelho de São João da Pesqueira, já no distrito de Viseu.


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