Covid: Pais alertam que alunos não podem ficar sozinhos se escolas fecharem

Os pais alertaram hoje que são precisas soluções que garantam que as crianças não ficarão sozinhas, caso surjam casos positivos de covid-19 nas escolas que obriguem ao confinamento.

A menos de um mês do início das aulas, os pais e encarregados de educação dizem estar preocupados porque faltam informações sobre como irá ser o próximo ano letivo.

O ensino volta a ser presencial, mas cada escola está a tomar medidas concretas de funcionamento. Além disso, há a possibilidade de ser preciso avançar para o ensino misto ou à distância, caso haja uma evolução desfavorável de casos de covid-19 entre a comunidade escolar.

“Na eventualidade de haver confinamento profilático, é preciso conhecer as medidas de apoio às famílias para que os filhos não fiquem abandonados”, alertou o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, em declarações à Lusa.

Já em setembro, com o ensino presencial, algumas escolas optaram por desdobrar as turmas ou fazer horários com turnos de manhã ou durante a tarde.

Estas soluções, que estão a ser pensadas para reduzir as hipóteses de contágio, podem também traduzir-se num problema para as famílias.

As crianças teriam de ficar uma parte do dia sozinhas enquanto a maioria dos encarregados de educação está a trabalhar, alertou Jorge Ascenção.

O presidente da Confap lembrou que é preciso garantir que existem medidas de acompanhamento aos alunos e de apoio às famílias, caso a solução passe por turnos duplos.

“As crianças não podem ficar sozinhas, as famílias não poderão abandonar os seus trabalhos, a maioria trabalha todo o dia, pelo que a solução tem de surgir do coletivo e em parceria com a rede local”, disse.

O líder da Confap destacou ainda a importância de garantir que os alunos de educação especial não serão esquecidos e que as escolas estarão preparadas para continuar a recebe-los mesmo que surjam casos de infeção.

“Têm de ser acauteladas condições para que os alunos continuem a receber os apoios que precisam e a estar com os seus terapeutas. No passado ano letivo, foram todos para casa e foi muito complicado”, lembrou Jorge Ascenção, sublinhando que “telefonar para casa não é a mesma coisa que dar o acompanhamento que realmente precisam”.

Segundo Jorge Ascenção, “o trabalho interrompido durante meses foi bastante prejudicial, até porque significa muitas vezes perder-se anos de aprendizagens”.

Em contacto com vários casos de alunos com necessidades especiais, o presidente da Confap admitiu que muitas “famílias desesperaram”.

Entre as boas noticias, a Confap salienta que as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) iriam continuar a funcionar com as necessárias medidas adequadas à situação vigente, segundo uma garantia dada aos próprios durante uma reunião realizada na semana passada com responsáveis da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).


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